Sínodo: testemunho dos jovens santos e mártires de nosso tempo
Cidade do Vaticano
Realizou-se na tarde de terça-feira (17/10), a 13ª Congregação Geral do Sínodo dos Bispos para os Jovens, prosseguindo o debate iniciado na manhã do mesmo dia, sobre a terceira parte do Instrumentum Laboris: Escolher, caminhos de conversão pastoral e missionária.
A santidade não é somente um ideal e são vários os testemunhos de jovens oferecidos em nossos dias. Os Padres sinodais que se pronunciaram na 13ª Congregação Geral ofereceram exemplos comoventes sobre pessoas que vivem em áreas do mundo onde os cristãos são minoria, muitas vezes perseguida.
Foi recordado também o Oriente Médio onde várias pessoas morrem por causa da fé em Jesus Cristo, depois os dálits, na Índia, últimos da sociedade, pessoas sem direitos que mantendo a fé e a dignidade de filhos de Deus, suas únicas riquezas, vão ao encontro do martírio.
Testemunho cristão suscita novas conversões
Do exemplo desses santos dos nossos dias, surgem novas conversões. Todo jovem, observa o Sínodo, deseja a santidade. É exigente, precisa de testemunhas autênticas, pontos de referência aos quais se inspirar, deseja encontrar pastores que vivam o espírito das Bem-aventuranças, que rezam, meditam e não sejam simples trabalhadores ou funcionários de uma instituição. Os bispos exortam a Igreja à transparência e a dizer com alegria que o celibato e a castidade são opções possíveis com a graça de Deus.
Igreja no mundo, não do mundo
No mundo, sem ser do mundo. A Igreja deve ser menos discursiva e mais acolhedora, dedicando aos jovens tempo e recursos. Verdade e misericórdia, sublinham fortemente os Padres sinodais, são indissolúveis e têm como centro Jesus Cristo. Nesse sentido, é importante a figura de um bom diretor espiritual que mesmo condenando o pecado, acompanhe com amor: “Deus nos aceita como somos, mas não nos deixa como somos”. Ele nos transforma em homens e mulheres novos. Incisivo o paralelo da Igreja como âncora que não deixa naufragar.
Igreja não renuncie a falar da cruz
Os bispos denunciam a cultura atual materialista e hedonista que procura tirar Deus do coração do ser humano, propondo falsos ídolos como o dinheiro, dependências (vício de jogo, pornografia, etc) e prazeres efêmeros, rejeitando ideais e valores cristãos como a família. São desafios diante dos quais a Igreja não pode deixar de indicar a força de Cristo ressuscitado e o anúncio do kerigma. A cruz não espanta os jovens. Pelo contrário, eles desejam um anúncio do Evangelho claro e não vazio. O chamado de Jesus crucificado deve ressoar forte, não fraco ou anêmico. Para ter uma Igreja revigorada, o Sínodo encoraja os jovens a rezar o Terço e a receber os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia.
Drama do desemprego e da imigração
A atenção da assembleia sinodal voltou-se também para o drama do desemprego. Que a Igreja seja uma família que ajude aqueles que não têm trabalho. Um exemplo virtuoso é o apoio eclesial a projetos de microcrédito, na convicção de que o trabalho ajuda a dar sentido à vida e proporciona um futuro sereno da sociedade.
Os pastores devem pedir às instituições para dar mais atenção às novas gerações, sobertudo a quem é obrigado a imigrar, abandonando sua famíla e raízes. É uma obrigação tornar os jovens protagonisas do desenvolvimento humano integral da sociedade. Em várias partes do mundo eles mostram ter responsabilidade pelos desfavorecidos e pelo ambiente.
Igreja não renuncie à educação cristã
O Sínodo pede à Igreja para não renunciar ao direito de educar os jovens nas escolas e universidades: lugares de abertura, diálogo, formação das consciências e reforço dos valores morais. Recomenda-se salvar as escolas já existentes antes de criar outras. Dizer não ao proselitismo, mas os programas das escolas católicas devem ser reforçados, pois, “não se acende uma lâmpada para colocá-la sob um alqueire”, afirmam os Padres sinodais. Além disso, pede-se para não se esquecer das famílias pobres e desfavorecidas que por motivos econômicos não podem oferecer aos filhos uma boa instrução.
Testemunhos dos auditores
Enfim, tomaram a palavra na Congregação alguns auditores que partilharam com a assembleia sua experiência de conversão amadurecida dentro dos novos movimentos eclesiais. Outros evidenciaram a necessidade de dar mais responsabilidade aos leigos, às mulheres e famílias. Dentre as propostas que emergiram, a ideia de incentivar formas de residência comunitária, formadas por jovens engajados em regras de vida comuns e que se dedicam a iniciativas de evangelização. Foi feito um apelo a renovar o modelo de formação nos seminários numa chave menos teórica de conteúdo e mais experiencial, próxima à realidade juvenil.
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