Dom Fabene: Sínodo, ocasião para reabrir diálogo Igreja-jovens
Cidade do Vaticano
“Serão dias de trabalho intenso, debate e diálogo a fim de que a Igreja possa reencontrar uma grande paixão para anunciar o Evangelho aos jovens, bem como uma grande paixão educativa para transmitir-lhes a beleza da vida, de modo que possam, em todas as situações, encontrar a plenitude da vida e do amor.”
Foi o que disse sobre o Sínodo dedicado aos jovens, iniciado na quarta-feira (03/10) – falando nos microfones de Rádio Vaticano Itália –, o subsecretário do Sínodo dos Bispos, Dom Fabio Fabene, reiterando que o mesmo representa um “desafio” para a Igreja.
Jovens abertos à espiritualidade
“Este Sínodo é um desafio propriamente porque trata do tema dos jovens”, explicou Dom Fabene. “Um tema que o Papa quis, após uma longa e ampla consulta, e que diz respeito a todos os jovens do mundo: ninguém excluído”.
“A Igreja quer olhar para todos os jovens, de todos os continentes, em todas as situações nas quais vivem, e para todas as condições sociais dos jovens de hoje.” “É um desafio, porque somos chamados a caminhar junto com eles; chamados a descobrir quais são suas exigências e motivações e, sobretudo, devemos nos colocar diante da realidade deles a fim de encontrar os caminhos para anunciar o Evangelho aos jovens de hoje.”
“E se trata de jovens que – como se viu das consultas de longo alcance que foram feitas durante o período de preparação – são abertos à espiritualidade, a acolher o Evangelho. Sobretudo porque os ajuda a encontrar o sentido da vida.”
Importância do pré-Sínodo
O Sínodo que começou esta quarta-feira (03/10) foi precedido, desde janeiro de 2017, por uma longa fase preparatória: um questionário, um questionário on-line, um seminário e até mesmo um pré-Sínodo que reuniu 300 jovens no Vaticano.
“Foi uma fase realmente muito importante, porque desse modo o Povo de Deus entrou realmente em sintonia com o Sínodo dos Bispos e todos puderam trazer sua contribuição, que depois se concretizou no ‘Instrumentum laboris’ (Instrumento de trabalho), que reuniu todas as solicitações oriundas dos eventos da fase preparatória”, explicou o prelado.
“A verdadeira novidade deste Sínodo foi exatamente a reunião pré-sinodal, porque pela primeira vez a Igreja colocou-se à escuta profunda daqueles que serão os verdadeiros protagonistas deste Sínodo: os jovens. Eram 300 – provenientes de todos os continentes –, e elaboraram um documento a ser apresentado aos padres sinodais, que depois confluiu em grande parte no Instrumentum laboris, onde expressaram seus desejos, suas expectativas e onde indicaram também qual Igreja querem, para ser protagonistas e construtores do Povo de Deus”.
O Sínodo de uma Igreja “sinodal”
Em 17 de setembro foi publicado o documento Episcopalis communio do Papa Francisco e esse é o primeiro Sínodo que se realiza aplicando este documento. “A novidade mais importante, fundamental, é que esta Constituição apostólica do Papa insere o Sínodo dos Bispos – que permanece tal – na sinodalidade da Igreja”, explicou o subsecretário do Sínodo.
“É traçado, portanto, o caminho do Sínodo. Primeiro, a fase preparatória, depois celebrativa, ou seja, a Assembleia propriamente, e, por fim, a fase aplicativa, para ajudar as Conferências episcopais, os bispos, a realizar concretamente as indicações que o Papa dará após o Sínodo”, acrescentou.
Trinta e quatro jovens entre os participantes
Entre os 49 auditores que participam do Sínodo há 34 jovens, igualmente divididos entre mulheres e homens. “A presença deles é muito importante porque poderão ouvir os pronunciamentos dos padres sinodais, mas também falar, tanto nas Congregações gerais quanto nos Círculos menores. Essa presença deles é muito interessante e será de grande contribuição para todos os trabalhos”, explicou Dom Fabene.
Oportunidade para reabrir diálogo entre Igreja e jovens
“Durante a reflexão pré-sinodal os participantes observaram que se é verdade que por vezes os jovens se distanciaram da Igreja, muitas vezes foi a Igreja que se distanciou deles.” “Os jovens do pré-Sínodo disseram que não são contra a Igreja, mas que algumas vezes a Igreja ficou atrás em relação a eles”, enfatizou ainda.
“O Sínodo é uma ocasião para reabrir um diálogo profundo entre a Igreja e os jovens, porque a Igreja precisa deles, para o seu presente e o seu futuro.” “E quando falo em Igreja, falo em todos os níveis: começando pela paróquia que, como recordava São João XXIII, deve ser a ‘fonte do povoado’.”
“A água desta fonte deve ser alimentada pelo entusiasmo, pela paixão, pela vontade de viver dos jovens que lançam as comunidades eclesiais para o futuro, reanimando a própria vida da Igreja”, concluiu o subsecretário do Sínodo dos Bispos.
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