A ecologia integral olha para a economia sem se esquecer do homem
Marco Guerra, Manuela Castro - Cidade do Vaticano
"A segurança dos trabalhadores, a saúde deles e daqueles que vivem em torno deste gigante da indústria humana são prioridades que não podem ser ofuscadas pelas necessidades econômicas legítimas". Esse foi o discurso do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, neste domingo (23) no complexo siderúrgico ArcelorMittal da cidade italiana de Taranto, por ocasião do 50º aniversário da visita do Papa Paulo VI, que celebrou a missa na noite do Natal de 1968 entre os fornos da usina siderúrgica Italsider.
A questão ambiental
Falando diante de muitos trabalhadores e da direção da empresa, o Cardeal Parolin exortou todos "a trabalharem pelos mais avançados frutos do progresso científico e tecnológico e para garantir a saúde de todos por meio de uma maior atenção às consequências ambientais derivadas da atividade econômica". Ainda sobre a questão da sustentabilidade, o cardeal lembra que "nos últimos anos a Terra pagou, de fato, um preço alto". O secretário espera que "Taranto se torne um laboratório da ecologia integral, que olhe o mundo da maneira mais adequada, onde a dimensão da sustentabilidade econômica do empreendimento não esqueça o social e não vá em detrimento do ambiental".
Missa na Catedral de Taranto
Depois de visitar a siderúrgica ArcelorMittal, o Cardeal Parolin, junto com o arcebispo de Taranto, Filippo Santoro, celebrou a missa na Catedral da Grande Mãe de Deus. Em sua homilia, o secretário de Estado enfatizou que, durante o período do Advento, faz-se mais urgente “o convite da Igreja para encontrar-se com o Senhor, vigiar na oração, exultar em louvor e trabalhar na caridade. Essas são as atitudes com as quais devemos nos preparar porque a fé cristã não é uma teoria ou uma filosofia, é um encontro com Jesus".
Maria e Paulo VI
Sobre o Evangelho, o cardeal lembra que "a visita de Maria à prima Isabel é figura de evangelização que passa pela humilde, pela pequenez" e que Maria "nos ensina a dar os primeiros passos para anunciar e descobrir o Reino no meio de homens e mulheres".
O purpurado, em seguida, compara a "santa ousadia" de Maria a do Papa Paulo VI, que "renunciou às luzes e ao incenso da solene liturgia da Basílica de São Pedro para ir como 'pai, pastor, professor, irmão e amigo', à fundição incandescente de aço, e falar com o coração aos trabalhadores que, naquele exato momento histórico, representavam um mundo visto como distante da Igreja".
As viagens de Paulo VI
"São Paulo VI entendeu que havia chegado a hora de sair para encontrar fisicamente seu irmão distante", continua o cardeal, "suas viagens sempre terão um valor simbólico. Em Taranto, uma das primeiras, seguindo o exemplo de Maria, recorda-nos que não há lugar ou situação em que o Evangelho não possa e não deva ser anunciado".
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