Crise na Nicarágua: mensagem do Papa reforça pedido de paz
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Na mensagem de Natal, pronunciada da sacada central da Basílica de São Pedro na terça-feira (25), o Papa Francisco elevou seu pensamento a diversos países, como a Nicarágua. Por ocasião do Natal do Senhor, o Pontífice fez um apelo de paz e fraternidade à população daquele país que enfrenta uma grave crise social e política, ao dizer:
Compromisso em cumprir o pedido do Papa
Por parte da vice-presidente do país, Rosario Murillo, veio o agradecimento pelas palavras de reconciliação do Papa Francisco. Nesta quinta-feira (27), através dos meios de comunicação oficiais, a também esposa do presidente Daniel Ortega falou sobre “o compromisso de cumprir com essas palavras” do Pontífice.
Rosario Murillo retomou a mensagem do Papa ao afirmar do comprometimento de todos no país para “favorecer a concórdia, a reconciliação e construir juntos o futuro da Nicarágua numa cultura precisamente de encontro, de reconciliação, de paz e de boa vontade, que gere práticas de encontro, de respeito e de irmandade” em toda a Nicarágua. A vice-presidente também disse que tem pedido a Deus “a vitória do amor” em meio à crise.
Necessidade de diálogo e esforço de todos
O núncio apostólico na Nicarágua, Dom Stanislaw Waldemar Sommertag, também enalteceu a importância do diálogo e do esforço de todos, começando pelos governantes e pelas instituições, para resolver a difícil situação vivida pelos cidadãos. Neste Tempo de Natal, o arcebispo polonês convidou a um “profundo exame de consciência para buscar curar as feridas, oferecer o perdão até se chegar ao ato quase heroico de esquecer os males recebidos, implorar a verdadeira paz, confiar na justiça e agira com amor, sempre mais corretamente”.
Crise gera centenas de mortes no país
A Nicarágua vive uma crise desencadeada em abril com uma onda de protestos contra o governo de Ortega e por mais liberdade de expressão e direitos humanos, que tem gerado centenas de mortes e pessoas presas.
O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) responsabilizou o governo de “mais de 300 mortes”, além de torturas, obstrução à assistência médica, prisões arbitrárias, sequestros e violência sexual. O presidente Daniel Ortega nega as acusações e diz se tratar de um “golpe de Estado”. (EFE)
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