Hanseníase, Santa Sé: acabar com discriminações e preconceitos
Jane Nogara – Cidade do Vaticano
A mensagem do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral para a o 66º Dia Mundial de Combate à Hanseníase, também conhecida como lepra, inicia com o tema deste ano: “Acabar com a discriminação, estigmatização e preconceito”.
O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, recorda que o diagnóstico da doença melhorou muito nos últimos anos e muitos tratamentos são cada vez mais acessíveis a todos, “todavia esta doença, infelizmente, atinge ainda sobretudo os pobres e os mais necessitados”.
Para Francisco e os leprosos que inspiram Jesus
Em seguida recordou Papa Francisco que pede que se “mantenha viva a solidariedade com estes irmãos e irmãs que sofrem desta doença”. O cardeal afirmou também que “Jesus foi um modelo para este tipo de cura. O que inspirava Cristo no encontro com os leprosos deve agora nos inspirar, na Igreja e na sociedade”.
E recorda que o Médico Divino "não perde tempo em diagnosticar os nossos sofrimentos, mas deseja apenas ficar perto de nós aproximando-se, o próprio Papa Francisco recorda: Ele não pára à distância de segurança e não age por delegação, mas expõe-se diretamente ao contágio do nosso mal".
A cultura do encontro
O cardeal retoma: “Hoje precisamos da graça de criar uma cultura do encontro, deste encontro fecundo, deste encontro que restitua em cada pessoa a própria dignidade de filho de Deus, a dignidade de viver”.
Em seguida o cardeal sugere modos práticos para este encontro com os doentes de lepra:
"Através de instituições médicas e sistemas locais de assistência, colaborando com as agências governamentais e as ONGs para criar alianças que ajudem a longo prazo os doentes”. O prefeito explicou que “o esforço individual não é suficiente para a necessária transformação dos que combatem à hanseníase, mas precisa-se de um trabalho compartilhado de comunhão e solidariedade”.
“Outro passo fundamental para progredir – continua – é a formação da consciência, especialmente nos países onde a hanseníase é uma doença endêmica”. "Aqui o poder da educação e a contribuição da ciência podem ajudar muito".
Por fim, o Turkson sugere que “as próprias comunidades devem se esforçar diariamente para eliminar discriminações, estigmatizações e preconceitos, trabalhando para a completa integração da pessoa em todas as suas dimensões físicas e espirituais”.
Tratamento e amor aos leprosos
Concluindo a mensagem Turkson afirma: “Quando os leprosos fazem o tratamento clínico, merecem receber um olhar de amor, de fraternidade e portanto devem ser aceitos socialmente de acordo com a sua dignidade espiritual, para o desenvolvimento humano integral poder encontrar a sua mais pura expressão em uma cura autêntica”.
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