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Uma ponte fez a diferença na vida de um jovem asiático que testemunhou no encontro sobre a  "Proteção dos menores na Igreja" Uma ponte fez a diferença na vida de um jovem asiático que testemunhou no encontro sobre a "Proteção dos menores na Igreja" 

Jovem vítima: o mundo não tinha sentido, mas reencontrei a esperança

O encontro sobre “A proteção dos menores na Igreja” foi enriquecido pelo testemunho comovente intitulado “A ponte que fez a diferença”, de um jovem proveniente da Ásia.

Amedeo Lomonaco/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

O testemunho de um jovem asiático teve forma e estilo de uma poesia. Os seus foram versos que brotaram do coração e contaram uma história de sofrimento e abusos, mas também de perdão e reconciliação.

As primeiras sombras dramáticas começam quando era criança. Recorda que depois de entrar num instituto para receber uma formação católica, foi “despojado da própria inocência”.

A ponte que fez a diferença

Um menino nasceu e entrou num mundo que era novo. Era um desafio como para um recém-nascido. Quem teria pensado que este mundo lhe traria surpresas e perigos não procurados!

A busca por uma boa formação católica fez com que fosse embora de um ambiente feliz e saudável. Era por uma razão justa, e dolorosamente ele disse adeus a tudo o que conhecia: pais, irmãos, amor, cuidado, proteção e tudo mais.

Com apenas cinco anos, num mundo desconhecido, entrou cheio de inocência e medo em aulas que eram novas para ele. Sentia a falta de sua casa e ali buscava amigos e pessoas que fossem para ele como pais. Essa substituição lhe foi fatal, porque para ele que eram jovem os desejos deles eram estranhos.

Despojado de sua inocência, abandonado ao seu destino neste mundo adulto, não encontrou esperança e tornou-se solitário. Com o passar dos anos estava destruído. Mas não podia contar para ninguém, por medo de desonra e vergonha.

Aprendendo mais sobre “os valores cristãos”, retirou-se do mundo na segurança de seu silêncio, escondido em si mesmo, pois o segredo era a sua única saída.

Perguntou-se várias vezes: o que é este mundo? Não tinha sentido e nem lhe dava esperança. Uma vez começou a refletir numa ponte e se perguntou: “Como mudar este percurso em descida, mudar a ordem das coisas? Nunca houve uma resposta.

Quem poderia saber o que tinha vivido? Quem teria perguntado? Quem assumiria a responsabilidade por esta vida que parecia perdida?

Nada em sua vida permaneceu intacto. Tudo estava manchado. Deus esteve lá? Pois seria o único a saber de tudo.

A ponte que contemplava mostrou-lhe o caminho, um caminho que era diferente e deu frutos, quando sentiu em seu coração barulhento e atormentado uma voz que lhe pedia uma mudança.

Uma viagem que começou para realizar o que a voz lhe tinha dito. Um caminho de perdão, um caminho de reconciliação, um caminho para aceitar a vida como era: cheia de feridas, dores e desolação.

Aquela nova estrada de descida da ponte foi longa e difícil. Tocava a essência da vida. Mas havia uma estrada, uma diferente. Um caminho que cura, uma cura que leva tempo. Amoleceu o seu coração endurecido e transformou a vida que tinha vivido. Quebrou a concha em que vivia para caminhar livremente e dizer ao mundo: “Há um caminho”. Esta é a sua história.

Mas agora, quem assumirá a responsabilidade por vidas destruídas? Há um caminho! Há uma oportunidade! Há uma esperança! Há vida! Restituam o que foi perdido! Mostrem que vocês se importam! Porque tudo o que fizerem resgatará muitos gritos silenciosos que esperam o dia da salvação.

(Testemunho de um jovem asiático)

 

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22 fevereiro 2019, 14:50