Cardeal Arlindo Gomes Furtado Cardeal Arlindo Gomes Furtado 

Na celebração litúrgica o céu e a terra se encontram, diz cardeal Arlindo Furtado

Devemos "tomar consciência do papel de cada um ou cada grupo numa celebração litúrgica: os leitores, os acólitos, os ministros de comunhão, o presidente, os concelebrantes, o bispo, e cada um dos membros presentes, que fazemos todos a Igreja, a tomar essa consciência daquilo que estamos a celebrar, as implicações que tem para nós de uma forma existencial e de uma forma vivencial no dia-a-dia", disse o cardeal cabo-verdiano.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

A Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, realizada de 12 a 15 de fevereiro na Cúria Geral dos Jesuítas, em Roma, permitiu que cardeais, arcebispos e bispos de várias partes do mundo, além de consultores e funcionários deste dicastério vaticano, compartilhassem experiências e aprofundassem o tema “Formação Litúrgica do Povo de Deus”.  O ponto alto da Plenária, foi o encontro com o Papa Francisco no final da manhã de quinta-feira, no Vaticano.

O cardeal de Cabo Verde, Dom Arlindo Gomes Furtado, recordou que “houve um esforço grande para incentivar o aprofundamento e chegar a um equilíbrio, para que o povo de uma forma estável, alegre, possa viver a sua fé de acordo com as orientações fundamentais da Igreja e com os discernimentos da Teologia, da Palavra de Deus, e dos símbolos próprios da liturgia católica”.  Em entrevista ao Vatican News, afirmou que "na celebração litúrgica, o céu e a terra se encontram":

“É tão bom que os irmãos se encontrem e experimentem esta comunhão que não é apenas de tipo antropológico, mas também teológico, com a Santíssima Trindade. É bom quando nós cristãos tomamos a consciência de que na celebração litúrgica, o céu e a terra se encontram, como na pessoa de Jesus Cristo a divindade e a humanidade se encontram. E de certo modo ganhamos já o sabor, pregustamos aquilo que poderá ser a comunhão dos santos. Por isso queremos ser uma coisa que envolva a pessoa toda, e nos faça de fato sentirmo-nos em Cristo, em comunhão também uns com os outros. Esta pregustação da comunhão dos santos, aquilo que queríamos dizer. Por isso, tomar consciência do papel de cada um ou cada grupo numa celebração litúrgica: os leitores, os acólitos, os ministros de comunhão, o presidente, os concelebrantes, o bispo, e cada um dos membros presentes, que fazemos todos a Igreja, a tomar essa consciência daquilo que estamos a celebrar, as implicações que tem para nós de uma forma existencial e de uma forma vivencial no dia-a-dia. E acho que isto nos transfere para um nível maravilhoso de como é bom sermos pessoas, de como é bom sermos cristãos, como é bom nós termos irmãos, como é bom estarmos em Cristo e para que, e qual finalidade para qual Deus nos guia. Acho que deve ser uma experiência fantástica a participação na celebração litúrgica. Por isso, devemos ter essa consciência da realidade que nos ultrapassa, mas nos envolve e que nos empolga de certo modo, não apenas de uma forma emocional, mas de uma forma existencial”.

Cardeal Arlindo Gomes Furtado

 

 

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16 fevereiro 2019, 08:42