Card. O’Malley: escutar as vítimas para uma resposta pastoral
Cidade do Vaticano
“Para um bispo o mais importante é escutar para entender o sofrimento das vítimas”. Assim responde o cardeal Seán Patrick O’Malley, O.F.M. Cap., Presidente da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores ao falar sobre o primeiro dia de trabalho no encontro no Vaticano. Os trabalhos foram marcados pelo testemunho de cinco vítimas de abusos.
O cardeal reflete sobre o papel da colegialidade na reação a este grave problema e na fundamental tarefa dos leigos.
O’Malley: Acredito que para um bispo o mais importante seja escutar a experiência das vítimas para entender o sofrimento e a seriedade deste problema na Igreja. Neste sentido apresentar testemunhos durante as nossas reuniões é muito importante. Sei que foi pedido aos bispos para falarem com as vítimas antes do encontro em Roma, mas creio que nem todos puderam fazer isso, portanto ao menos aqui puderam escutar pessoalmente estas experiências. A escuta é muito importante para ter uma resposta pastoral para este problema.
Fala-se de colegialidade na reação aos abusos. O que significa?
O’Malley: Significa que todos nós, bispos, devemos trabalhar juntos como colégio episcopal. Todos temos a responsabilidade de cuidar deste problema no mundo inteiro. Quando há um problema de abuso sexual, um escândalo, em alguma parte do mundo, as repercussões chegam em todos os lugares, não? Vivemos em uma aldeia global. Para os bispos é muito importante trabalhar juntos para responder, ajudarmo-nos reciprocamente, dar ajuda principalmente aos países nos quais faltam recursos para enfrentar este problema. Portanto, a colegialidade é muito, muito importante: devemos agir juntos e seguindo os mesmos critérios, colocando a questão da “segurança” como prioridade de toda a Igreja.
Os leigos podem colaborar com os bispos e com a Igreja neste campo?
O’Malley: A presença deles é fundamental. É impossível que os bispos façam isso sem a ajuda dos leigos.
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