Bangui: o hospital desejado pelo Papa acende a esperança
Emanuela Campanile - Cidade do Vaticano
Tudo tem seu começo, seu nascimento, que muitas vezes é contado com uma emoção que o tempo não pode apagar. Isso acontece com as testemunhas, acontece com Mariella Enoc, presidente do Hospital Infantil Bambino Gesù de Roma, e com o Comandante Domenico Giani, chefe da Gendarmaria do Vaticano. Ambos nos dias passados em Bangui, capital da República Centro-Africana, para assistir à inauguração do novo centro de saúde pediátrico, reestruturado e ampliado por desejo do Papa Francisco. Entrevistados por nosso enviado Xavier Sartre, recordam e nos presenteiam sentimentos únicos: amor pela África, o sonho de construir um centro de saúde mesmo fora da capital e o encontro com dois pais que pedem ajuda para seu filho em fim de vida.
Eu pertenço a este país
As palavras do Presidente Enoc são inequívocas, seu amor "por este país" o leva a projetar e a sonhar: "Eu pertenço tanto a este país que acho difícil me separar". "Um dos meus sonhos - declara -, é fazer alguns centros de saúde também fora de Bangui". Mas, então, e ele quer ressaltá-lo, o resultado do recém-inaugurado centro pediátrico deve-se ao "compromisso direto do Santo Padre".
A faísca que deu origem ao hospital
A narração do Comandante da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani, vibra de emoção. Sua voz se quebra, mas não pára de descrever as condições em que ele viu os pequenos pacientes e seus pais no hospital antes de ser reestruturado e ampliado. Uma mãe e um pai imploraram a ele que fizesse algo por seu filho agonizante, sabendo que o comandante estava ali em previsão da chegada do Papa para a abertura do Ano do Jubileu. Eles pediram ajuda. Giani não perdeu tempo, alertou os superiores e a Secretaria de Estado. Ele imediatamente confidenciou ao Papa por que - hoje ele nos diz - "o coração do Papa é muito grande".
O desafio da educação na campo da saúde
Uma grande conquista neste momento, mas o caminho para a educação à saúde no continente africano ainda é longo. A confirmação vem da Ir. Rita, missionária comboniana há 34 anos na África. A religiosa trabalha em um dispensário em Bangadou na diocese de MBaiki, sudoeste de Bangui: "ajudar as mulheres grávidas - disse - apoiá-las durante a gravidez e encorajá-las a dar à luz no hospital e não nas aldeias onde ocorrem verdadeiros desastres, é o nosso desafio". A Irmã Rita insiste na necessidade de provocar uma mudança cultural, na importância de envolver os líderes das aldeias que têm um papel fundamental nas comunidades. Infelizmente, conclui ela, o isolamento da área, a escassez de alimentos e remédios não ajudam, mas fazer com que as mães compreendam que o hospital é um local seguro para elas e para seus filhos continua sendo o primeiro passo a ser dado.
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