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Ruffini: A África não deve ser penalizada pelos grandes monopólios

O prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, enviou uma Mensagem à Assembleia Geral da União Africana de Radiodifusão, inaugurada na quarta-feira (27) em Marrocos. Ruffini fala sobre os desafios colocados pelos novos meios de comunicação na África, influência nas relações e importância do diálogo

Cidade do Vaticano

Na quarta-feira (27) foi inaugurada a 12ª Assembleia Geral da União Africana de Radiodifusão no Palácio de Congressos de Marrakech, no Marrocos, com o objetivo de analisar as perspectivas e os desafios das transmissões na África. O tema do encontro “As novas mídias e sua influência na indústria audiovisual africana” está sendo analisado por mais de 100 especialistas presentes. Em uma Mensagem o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, “em nome do Papa” transmite suas saudações que testemunham “o espírito de colaboração entre a mídia da Santa Sé e a União Africana de Radiodifusão”, organização que conta com 53 membros e entre os associados, figura também há muito tempo, a Rádio Vaticano.

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A África não deve ser penalizada pelos grandes monopólios

Os grandes desafios colocados pelos novos meios de comunicação são o tema central da Mensagem de Ruffini. Hoje a produção da mídia converge em uma única plataforma, na qual a escrita, o som e as imagens encontram-se de uma só vez no web, enquanto que a maior parte dos meios técnicos, operativos até cerca de dez anos atrás, estão sendo colocados em desuso.

Ao mesmo tempo, a comercialização e o intercâmbio de programas enfrenta um novo desafio no qual, por exemplo, “é difícil garantir os direitos de autor ou tutelar os produtores com baixo orçamento”. Portanto devemos repensar sobre todo o sistema de produção e de distribuição” afirma Ruffini. “Este é um grande desafio para a mídia”, prossegue evidenciado que a “África, em todo caso, não deveria ser penalizada nos mercados monopolizados pelos grande produtores e seus meios de comunicação não deveriam ser explorados pelas poderosas indústrias que podem invadir o mercado africano”. Portanto na Mensagem exprime-se o desejo de intercâmbios frutuosos e com diálogo, que “permitam encontrar modos e meios para introduzir a nova mídia na indústria audiovisual africana”.

Atenção ao descrédito, as novas mídias influenciam também as relações

Nestas realidades de mudanças, Ruffini detêm-se sobre a importância da dimensão humana. Como Papa Francisco colocou em evidência na Mensagem para a 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, se Internet representa “uma extraordinária possibilidade de acesso ao saber”, também é verdade que “revelou-se como um dos lugares mais expostos à desinformação e à distorção” dos fatos e das relações interpessoais, “que muitas vezes assumem a forma do descrédito”.

Da fato, as novas mídias influenciam também “o nosso modo” de relacionarmos com os outros, observa ainda Ruffini, e estes são aspectos que não se podem evitar. Assim, a comunicação pode unir ou dividir. Por isso é importante “por-se à escuta” e abrir-se ao diálogo, que revela a verdade da qual jornalistas são os “procuradores”. Com efeito, não devem se satisfazer com as aparências, estereótipos ou respostas fáceis.

Os dois dias antes do início da Assembleia foram dedicados à reunião dos membros do Conselho Executivo e ao Fórum sobre o tema da contribuição dos “reguladores” no processo de transição da transmissão analógica à digital, em linha com as questões enfrentadas pela precedente Assembleia da União Africana de Radiodifusão, realizada no ano passado em Kigali, Ruanda.

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28 março 2019, 10:26