Apresentado Pavilhão da Santa Sé na Expo da China, ponte entre diálogo e cultura
Amedeo Lomonaco – Cidade do Vaticano
A Santa Sé participará, pela primeira vez, de uma exposição internacional na China. Trata-se da Exposição Internacional de Horticultura 2019 que se realizará, em Pequim, de 28 deste mês a 7 de outubro próximo.
A Santa Sé aceitou o convite feito pelo Governo da República Popular da China para estar presente com o seu pavilhão. Dentre os objetivos, a promoção das mensagens do Papa Francisco expressas na Carta Encíclica Laudato si’.
Pavilhão
Dentro do pavilhão, que ocupa uma área de cerca de 200 metros quadrados, estarão expostos os documentos da Biblioteca Apostólica Vaticana sobre herbários e as propriedades medicinais de ervas e plantas.
Além disso, estará presente uma reprodução da pintura de Peter Wenzel (Karlsbad 1745 - Roma 1829) Adão e Eva no Paraíso Terrestre, conservado nos Museus Vaticanos.
A grande tela mostra o auge da carreira do pintor, famoso por sua capacidade de representar animais de várias espécies com uma naturalidade extraordinária.
O pavilhão hospedará uma inovadora estufa interna, realizada com tecnologias de ponta, que representa a mensagem universal “Haja luz”. Serão expostas duas obras inéditas: um relevo da Praça de São Pedro em bronze com a Rosa dos Ventos do Oriente e uma escultura dourada de uma oliveira.
Diálogo e ambiente
O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, apresentou o Pavilhão durante a coletiva realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, na manhã desta terça-feira (16/04).
“O que acontecerá durante a Expo da China”, disse o purpurado que recordou o incêndio na Catedral de Notre Dame de Paris, “é um diálogo cultural, e tem a tarefa de criar uma atmosfera em que seja possível falar um pouco mais sobre o encontro, não somente no campo religioso, mas também no campo da arte, da cultura e da pesquisa científica”.
Participou também da coletiva de imprensa o mons. Tomasz Trafny, vice-comissário do Pavilhão. “A presença da Santa Sé será uma presença simbólica e cultural”, disse na entrevista ao Vatican News.
Mons. Trafny: Trata-se de uma ideia que nasce do convite do Governo Chinês que pediu à Santa Sé para participar da Exposição Internacional de Horticultura. O nosso pavilhão marca uma presença simbólica e cultural. Escolhemos alguns temas sobre os quais desenvolvemos o percurso de decoração. São eles: luz, água, flores e pedras, tudo o que de algum modo evoca fortemente a natureza. Nesse sentido, queremos lançar uma mensagem em sintonia com o ensinamento da Carta Encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, para mostrar que a Santa Sé é sensível aos temas ambientais. Todas essas componentes são uma riqueza importante que deve ser tutelada e preservada.
A presença da Santa Sé em Pequim é também uma ponte cultural...
Mons. Trafny: Certamente, a nossa presença será estritamente cultural. Desenvolvemos um percurso em torno do grande tema do jardim: o monólito, que será um verdadeiro pavilhão, recorda todas as características que apontam para a ideia do jardim como um lugar de harmonia.
A ideia central é a do jardim como centro de harmonia, como também lugar de encontro e patrimônio da Casa comum. Elementos que se ligam à ideia de diálogo, mas também aos elementos da Laudato si’...
Mons. Trafny: Certamente, a Laudato si’ acompanha todo o percurso que foi desenvolvido e proposto aos visitantes. Cada elemento é acompanhado por uma citação da Carta Encíclica. É também um grande desafio apresentar algumas referências à Carta Encíclica num país onde a grande maioria da população não é cristã. Escolhemos as citações a fim de mostrar todos os elementos que podem criar entre nós uma ponte, um elemento de união. Nesse sentido, penso que será uma operação cultural de sucesso.
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