Colombo. Homenagem às vítimas dos atentados da Páscoa Colombo. Homenagem às vítimas dos atentados da Páscoa 

Santa Sé: Sri Lanka, ataques da Páscoa claramente anticristãos

O representante do Vaticano na ONU, Dom Bernardito Auza, disse que não são suficientes palavras de condenação, mas é preciso chamar estes ataques pelo seu nome, que são explicitamente anticristãos. Se há denúncia contra o islamismo e antissemitismo é preciso denunciar também o anticristianismo

Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

Dom Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, participou na sexta-feira, 3 de maio, a um evento comemorativo pelas vítimas dos ataques ocorridos no Domingo de Páscoa no Sri Lanka. O encontro foi realizado na sede da ONU de Nova York e foi organizado pelo presidente da Assembleia Geral e pela Missão Permanente no Sri Lanka.

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Proximidade do Papa à comunidade cristã

O bispo voltou a falar com muita dor e tristeza sobre os ataques de 21 de abril passado, que causaram ao menos 257 vítimas e segundo o governo cingalês foram realizados por um grupo extremista muçulmano local, mesmo se tenham sido reivindicados pelo Estado islâmico. Dom Auza assegurou as suas orações pelas vítimas e seus familiares. “No dia em que os cristãos celebram sua festa mais solene – afirmou – e celebram o triunfo definitivo da vida sobre a morte, do bem sobre o mal e da luz sobre as trevas, os extremistas cobriram com o manto negro da morte, do mal e da escuridão o lindo Sri Lanka, e na realidade, o mundo inteiro”. O representante do Vaticano recordou o apelo do Papa na Páscoa logo depois do ataque e a sua “proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto estava reunida em oração, e a todas as vítimas daquela cruel violência”.

Chamar estes ataques pelos seus nomes

Dom Auza sublinhou o fato que, nestas circunstâncias, geralmente se denuncia de maneira muito forte e clara os atos de terrorismo cumpridos por extremistas e fundamentalistas, mas “as palavras de condenação, por mais sinceras que sejam, não são suficientes. É preciso cortar este mal pela raiz. Uma das ações necessárias na luta para erradicar esta violência é chamar estes ataques pelos seus próprios nomes”.

Trata-se de ataques explicitamente anticristãos

“O ataque ocorrido no Sri Lanka – prosseguiu – não aconteceu no Domingo de Páscoa por acaso ou por coincidência. Duas importantes igrejas católicas e uma igreja evangélica foram deliberadamente atacadas durante as funções religiosas. Omitir o aspecto explicitamente anticristão destes ataques seria uma injustiça às vítimas, aos sobreviventes e às suas famílias”.

Não denunciar apenas o ódio anti-judaico e anti-muçulmano

A comunidade internacional – disse Auza – é muito franca, e tem razão em denunciar o aumento do ódio anti-judaico e anti-muçulmano”, mas “o mesmo deve ser aplicado aos ataques contra os cristãos”. O prelado recordou a recente resolução da ONU adotada em 2 de abril passado pela Assembleia Geral sobre a luta ao terrorismo que condena “todos os ataques terroristas contra lugares de culto motivados pelo ódio religioso”. A resolução não fala apenas de anti-islamismo e anti-semitismo, mas também de anticristianismo. Portanto – afirma Auza – “os ataque terroristas são sempre e em todos os lugares lamentáveis”. Além disso – acrescentou “os ataques aos fiéis religiosos durante os atos de culto são os ataques mais vergonhosos e desprezíveis contra a paz que se que possa imaginar. E foi isso que aconteceu no Sri Lanka. E o mundo inteiro está justamente de luto”.

 

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04 maio 2019, 11:15