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Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Sandri. Na foto, o purpurado em visita ao Líbano Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Sandri. Na foto, o purpurado em visita ao Líbano 

Cardeal Sandri em sessão da Roaco: nova esperança para o Iraque

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais abriu a 92ª sessão plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco). No que tange à situação iraquiana, o purpurado argentino recordou em seu discurso que nestes meses se deram as eleições dos prelados caldeu e sírio para a sede de Mosul, “sinal de um caminho de esperança que continua, embora entre mil provações”

Cidade do Vaticano

A vontade do Papa de visitar o Iraque no próximo ano “é certamente uma bênção”, na esperança de que enquanto isso o agravamento das tensões não faça o país pagar um enésimo preço, como denunciou justamente o patriarca Sako”.

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Foi o que ressaltou o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, na abertura da 92ª sessão plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco). O encontro teve lugar na casa generalícia da Companhia de Jesus, em Roma, na terça-feira (11/06), no dia seguinte ao da audiência com o Papa Francisco no Vaticano.

Em relação à situação iraquiana, o purpurado argentino recordou também em seu discurso que nestes meses se deram as eleições dos prelados caldeu e sírio, coadjutor este último, para a sede de Mosul, “sinal de um caminho de esperança que continua, embora entre mil provações”.

Sinodalidade da caridade

Falando em seguida sobre o Líbano – onde esteve em novembro passado –, o cardeal fez referência à “sinodalidade da caridade”, no discernimento das intervenções e na ajuda concreta.

O purpurado  recordou, em particular, os encontros em Tanayel com os bispos sírios e com os refugiados na planície da Bekaa, além da reunião com a assembleia dos patriarcas católicos do Oriente Médio e com os representantes de outras confissões e alguns líderes políticos de diferentes matizes.

Drama dos sírios

Não podia faltar a referência ao drama dos sírios – mais de um milhão – para os quais “o retorno à pátria não é fácil ou possível”. Um drama que, “como Igreja, serve não somente no País dos Cedros, mas também em nossa Europa, para ajudar as pessoas, a fim de que não se encontrem respostas fáceis que identificam os problemas sempre nos outros, sem se fazer um exame de consciência”.

Outro momento forte reevocado pelo cardeal foi o Dia de oração e de reflexão pela paz no Oriente Médio com os líderes das Igrejas e das comunidades eclesiais da região, realizado em Bari – sul da Itália – em 7 de julho de 2018.

Dia de oração pela paz no Oriente Médio possa repetir-se

Aquele dia vivido com o Papa ficou no coração de muitos. O purpurado disse ter ouvido “de mais pessoas, e com particular insistência por parte do Papa Tawadros no Egito”, a “súplica a pedir a Francisco para serem reconvocados”.

Daí, a esperança de que “se possa realizar, porque além da oração de Jesus ut unum sint (que todos sejam um, ndr), são também nossos irmãos que vivem estavelmente lado a lado, além dos mártires de todas as Igrejas, que nos pedem”.

Difusão do Documento sobre a fraternidade humana

Para dar conhecimento e difundir, em particular, o Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum assinado em Abu Dhabi, o dicastério, explicou o purpurado, “escreveu a todos os líderes de Igreja pedindo-lhes a colaboração”.

Falando em seguida sobre a situação dos jovens do Oriente Médio, o prefeito denunciou a tentação do desencorajamento: eles não estão imunes ao cansaço das guerras ou dos contextos em que vivem”.

Formação dos jovens

Também eles encontram-se feridos “pela secularização ou por várias formas de colonização ideológica, não têm medo, porém, de expressar seu desejo e de mostrar a necessidade de confiança”.

O tema da formação dos jovens, acrescentou o cardeal Sandri, “não quer oferecer estratégias com valor absoluto, que por sua natureza devem ser declinadas também segundo os contextos em que são aplicadas”, mas simplesmente convidar todos a ter “uma atenção particular a esse âmbito da pastoral quando analisamos os vários projetos ou indicamos as prioridades aos bispos”.

O cardeal recordou também a paz alcançada entre Etiópia e Eritreia, “talvez um acordo ainda germinal: esperamos que inclusive o contexto eclesial possa beneficiar-se desse passo importante”.

Missionariedade não é prerrogativa da Igreja latina

Depois, falou de missionariedade, que “não pode ser considerada uma prerrogativa somente da Igreja latina, mas é igualmente verdadeiro, tanto na África como na Índia, que toda prática sacramental e pastoral seja sempre auxiliada por uma reflexão adequada”.

Daí, o convite a apoiar os sacerdotes encarregados do cuidado pastoral dos fiéis eritreus e etíopes na diáspora. Suas Igrejas de origem têm menos meios e são menos insistentes do que as patriarcais em pedir figuras de coordenação como os visitadores apostólicos e, até mesmo, “a criação de estruturas hierárquicas próprias, mas nem por isso devem ser menos destinatárias de assistências”.

Jerusalém e Terra Santa

Não podia faltar a referência a Jerusalém e à Terra Santa. O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientas se disse esperançoso de que os debates internacionais em andamento “produzam frutos reais para a vida das populações israelenses e palestinas”.

Como também exortou o Papa, “não sejam somente as basílicas da Natividade e do Santo Sepulcro a voltar ao primitivo e sólido esplendor”, mas também os territórios e as nações que têm “a sorte de contá-las parte de seu patrimônio junto a toda a humanidade”.

Por fim, o cardeal Sandri recordou que o site da Congregação online há poucos meses “quer tornar-se com o passar do tempo um impulso útil” para algumas notícias provenientes das várias Igrejas Orientais católicas e também das agências, anunciando inclusive o iminente lançamento da edição inglesa do Oriente Católico.

(L’Osservatore Romano)

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13 junho 2019, 15:51