É importante rezar pelo Papa e suas intenções, afirma Francisco em diálogo com jesuítas
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A reportagem especial de Pe. Antonio Spadaro, publicada na última quinta-feira (26) na revista italiana La Civiltà Cattolica, traz na íntegra o diálogo privado entre o Papa e jesuítas de Moçambique e Madagascar. Os dois encontros foram promovidos durante a viagem apostólica de Francisco à África no início do mês de setembro.
Em mais um trecho extraído da conversa, em resposta à pergunta feita por Pe. Afonso Mucane, pároco da Paróquia de Santo Ignácio, da Diocese de Tete, Francisco elogiou o trabalho da Rede Mundial de Oração do Papa que completou 175 anos de atividades e afirmou que “devemos ensinar as pessoas a oração de intercessão, que é uma oração de coragem”.
Intenção de oração pelo Papa e suas intenções
Na intenção de oração para o mês de outubro, por exemplo, em vídeo divulgado nesta terça-feira (01), Francisco pede orações para que “o Espírito Santo possa promover uma nova primavera missionária a todos os que são batizados e enviados pela Igreja de Cristo”. E, aos jesuítas na África, sublinhou que “devemos ajudar o povo a exercitar mais frequentemente a intercessão. E nós mesmos devemos fazê-la mais”.
“Não sou menos pecador e mais santo” por ser Papa
O jesuíta Leonardo Alexandre Simão, que está se formando em Beira e trabalha com os jovens, “comunicando o Evangelho”, questionou o Papa sobre as mudanças da sua experiência de Deus desde que foi eleito Papa. Francisco fez uma pausa de reflexão antes de responder e, sinceramente, falou: “não sei dizer, para dizer a verdade. Isto é, acredito que fundamentalmente a minha experiência de Deus não tenha mudado. Eu permaneço o mesmo de antes. Sim, percebo um sentido de maior responsabilidade, sem dúvidas. A minha oração de intercessão é bem maior que antes. Mas, inclusive antes, eu vivia a oração de intercessão e sentia a responsabilidade pastoral. Continuo caminhando, mas não há mudanças realmente radicais. Falo ao Senhor como antes.”
Francisco acrescentou à resposta, dizendo que comete os mesmos pecados de antes e tem as mesmas tentações, que não é menos pecador e mais santo de antes, mesmo sendo eleito Papa e se vestindo todo de branco: e, “por isso, me confesso a cada duas semanas”, afirmou o Pontífice.
O Pontífice também agradeceu pela pergunta, já que nunca tinha sido feita, o que o fez refletir sobre a vida espiritual que, hoje, tem “um maior sentido de responsabilidade e uma oração de intercessão que se expandiu ao mundo e a toda a Igreja”. Ao concluir a resposta, afirmou que “não existe nenhuma magia por ter sido eleito Papa. O conclave não funciona por magia”.
Na versão online da revista La Civiltà Cattolica é possível conferir a conversa na íntegra em diferentes idiomas: espanhol, inglês, italiano e francês.
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