Líbano: protestos pacíficos e apelo pelo diálogo, inclusive do Papa Francisco
Andrea De Angelis, Andressa Collet - Cidade do Vaticano
O protesto já dura quase duas semanas e continua envolvendo todas as regiões do país. Não somente na capital de Beirute, mas de norte a sul do Líbano prosseguem as manifestações contra o governo que começaram em 17 de outubro. Nesta segunda-feira (28), através da imprensa, o primeiro-ministro Saad Hariri e os seus ministros, acusados de abusar do poder, afirmaram de não ter nenhuma intenção de renunciar. O próprio presidente do Banco Central do país, Riad Salame, evidenciou como a renúncia do governo complicaria a já difícil situação econômica do Líbano – a maior crise desde a guerra civil que o país viveu de 1975 a 1990.
No domingo (27), uma corrente humana de 170 Km, com cerca de 100 mil pessoas, bloqueou as estradas costeiras e rodovias de forma pacífica. No mesmo dia veio o apelo do Papa, depois da oração mariana do Angelus na Praça São Pedro, quando Francisco exortou que se chegue rápido a uma solução, através do diálogo e do apoio da comunidade internacional.
A corrente humana contra o governo
De mãos dadas, homens e mulheres libaneses, com famílias inteiras e crianças, quiseram apoiar os manifestantes que há mais de 10 dias lutam por uma mudança política, econômica e social da parte de quem governa o país. Uma situação que não tende a mudar, já que foram rejeitados pedidos de vários líderes políticos para se por fim aos protestos.
A corrente humana foi uma manifestação de solidariedade formada por quem está protestando nas praças do Líbano, pedindo a renúncia do governo. Foram cerca de 170 Km cobertos por uma verdadeira corrente humana que atravessou todo o Líbano, de norte a sul, passando pela capital de Beirute.
O papel dos jovens
A iniciativa, que recebeu cobertura midiática internacional, nasceu de uma ideia criada nas próprias redes sociais e com a adesão de muitas pessoas. Os jovens, que são os que mais pedem essa mudança, são os principais mobilizadores e usam a rede para agregar os cidadãos às manifestações. O Papa Francisco, ao dirigir um “pensamento especial ao querido povo libanês” durante o Angelus quis enfatizar como a mensagem também era, “em particular, aos jovens”.
O apelo do Papa
O Papa Francisco, então, exortou todos “a buscar as melhores soluções no caminho do diálogo”, rezando a Virgem Maria, Rainha do Líbano, “para que, com o apoio da comunidade internacional, aquele país continue a ser um espaço de convivência pacífica e de respeito da dignidade e liberdade de toda pessoa, em benefício de toda a região do Oriente Médio que sofre tanto”.
As palavras do Pontífice tiveram uma notável importância para os cristãos libaneses e para a toda a população que vive uma grave crise econômica, como afirma Pe. Paul Karam, presidente da Caritas do país. Segundo ele, tanto o governo como o povo devem assumir a responsabilidade de todos, além do diálogo que é o melhor caminho – e o único possível – para resolver a situação. Mas, como disse o Papa, “é fundamental o papel da comunidade internacional”. E Pe. Paul acrescentou:
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