Austrália: Supremo Tribunal concorda em ouvir o pedido de apelo do cardeal Pell
Cidade do Vaticano
O Tribunal Superior Australiano, o último grau da justiça no país, anunciou uma próxima audiência com os advogados do cardeal George Pell para examinar o pedido de apelo apresentado pelo purpurado contra a condenação a 6 anos de prisão por abusos de dois adolescentes, emitida em dezembro de 2018 pelo Tribunal de Melbourne. Trata-se de um novo passo para aprofundar melhor o caso antes de tomar uma decisão final. A sentença de primeira instância, tornada pública em fevereiro passado, foi confirmada em agosto pelo Supremo Tribunal do Estado de Victoria, com o voto de dois dos três juízes.
O purpurado, que sempre se declarou inocente e rejeitou todas as acusações, tinha decidido em setembro apelar ao Supremo Tribunal. O organismo realizará a audiência em data ainda não definida.
Segundo os advogados de Pell, a opinião divergente de um dos três juízes da Corte de Apelação, Mark Weinberg, pode fornecer motivos razoáveis para revogar a condenação: segundo esse magistrado, o veredicto não satisfaz o princípio de que uma pessoa pode ser condenada somente se as provas demonstram a culpa, para além de qualquer dúvida razoável.
A declaração dos bispos australianos
Em uma declaração, o arcebispo Mark Coleridge, presidente da Conferência Episcopal do país, afirma que “todos os australianos têm o direito de recorrer com um apelo contra uma sentença junto ao Supremo Tribunal” e “o cardeal George Pell exerceu tal direito”.
O Supremo Tribunal, observa o arcebispo, estabeleceu que a sua condenação merecia uma revisão. Essa decisão “vai prolongar aquele que foi um processo longo e difícil”, conclui dom Mark, “mas só podemos esperar que o apelo se desenvolverá tão logo será racionalmente possível” e que a sentença da Suprema Corte trará “clareza” para todos.
A declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé
“A Santa Sé, ao confirmar a própria confiança na justiça australiana” - afirmou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni – “reconhece a decisão do Supremo Tribunal australiano consciente que o cardeal sempre afirmou sua própria inocência”. “Nesta ocasião, - conclui Bruni - a Santa Sé reitera, mais uma vez, a sua proximidade aos que sofreram por causa dos abusos por parte de membros do clero".
(Notícia atualizada às 14h45 de 13-11-2019)
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