Rainha da Suécia na campanha contra abusos de menores
Cidade do Vaticano
Em uma entrevista exclusiva ao Vatican News, a Rainha Sílvia da Suécia, que é filha de uma brasileira e morou no Brasil na sua juventude, fala sobre os progressos e desafios da Fundação dirigida por ela que se dedica à tutela de menores.
A Rainha Sílvia fundou 20 anos atrás a World Chilhood Foundation, organização que deu grande estímulo à promoção e à busca de soluções para prevenir e enfrentar o abuso sexual, a exploração e a violência contra menores. Os sucessos foram muitos, e obtidos também graças à rede criada com as forças de segurança e com os centros de advocacy. Uma experiência, a real , que a rainha trouxe ao Vaticano por ocasião da Conferência sobre a Dignidade digital da criança realizada nos dias 14 e 15 de novembro.
A soberana explicou o que é a Fundação para a infância criada por ela e quais foram os progressos alcançados na tutela dos menores:
Rainha Sílvia: Para começar gostaria de agradecer à Sua Santidade o Papa que convidou muitos especialistas no Vaticano, para falar de uma questão muito importante que carrego no peito. Porque 20 anos atrás ninguém enfrentava verdadeiramente este problema do abuso sexual contra crianças e sobre todos os terríveis fatos que os envolvem. Portanto a um certo ponto pensei: talvez eu possa ajudar a colocar em foco uma questão muito difícil. Eu não sou uma figura política neste sentido, mas quis colocar em primeiro plano o drama humanitário que é o abuso sexual contra crianças e é por isso que fundei há 20 anos a World Childhood Foundation. Na época era muito difícil, sentia-me isolada e devo dizer que estou muito satisfeita por ser um problema atual e falado. É uma questão muito triste, mas agora todos ousam falar sobre isso, e portanto quando se fala as coisas podem mudar. Assim sendo fiquei satisfeita de ouvir os especialistas do Vaticano. Estavam presentes organizações muito importantes e o Papa convidou também líderes religiosos. Foi maravilhoso ver todos os líderes religiosos falando entre si, destes problemas, porque naturalmente são muito importantes não só para influenciar os políticos em seus países de origem, mas também para sensibilizar as escolas e os professores de modo que coloquem as acrianças em alerta sobre os perigos que possam correr.
O que se pode fazer e quais são os próximos passos para promover a dignidade das crianças no mundo digital?
Rainha Sílvia: Naturalmente 20 anos atrás já tínhamos este terrível problema, mas agora com internet tudo se propaga em poucos segundos. Portanto não há fronteiras e também é tudo anônimo, por isso não sabemos quem é a pessoa que está explorando as crianças, ou como entram em contato com uma criança pela internet para aliciá-la. Eu diria que hoje a situação é muito mais grave porque há muitos países que agora estão começando a usar cada vez mais a internet, na África e América, por isso aumenta também o risco para as crianças, que poderão ser mais facilmente usadas. Assim sendo há um perigo muito grande e é por isso que fico feliz em ver que também os líderes religiosos estavam presentes no Vaticano para se encontrarem com as organizações, para que agora todos possam saber o que está acontecendo. E todos sabem e sentem que devemos fazer alguma coisa. Justamente por isso o Papa convidou para este Simpósio no Vaticano Facebook, Google e Amazon, todas grandes organizações, para que pudessem se dar conta que realmente temos que fazer algo concreto. Devemos mudar esta situação. Não basta mudar as leis para a proteção das crianças. Agora devemos todos entrar em ação e fazê-lo juntos.
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