Papa Francisco encontra no Vaticano os refugiados de Lesbos
Giada Aquilino, Silvonei José - Cidade do Vaticano
No final das audiências da manhã desta quinta-feira, 19, no Vaticano, o Papa Francisco encontrar-se-á com os 33 refugiados de Lesbos requerentes asilo político, entre os quais 14 menores; doze deles fiéis cristãos. Além disso, o Papa - declarou o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni - colocará uma cruz no acesso ao Palácio Apostólico a partir do Pátio do Belvedere, em memória dos migrantes e dos refugiados. Os refugiados de Lesbos que nesta quinta-feira se encontrarão com o Papa chegaram a Roma graças a um corredor humanitário, acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski e pela Comunidade de Sant'Egidio, que tiveram a oportunidade de verificar a dramática situação dos refugiados que vivem há meses na ilha grega em condições desumanas.
Os refugiados no campo de Moria
A partir das colinas adjacentes, o campo de refugiados de Moria não parece ser o maior campo de Lesbos, que, junto com a aglomeração construída ao lado - apenas tendas, chapas de metal, pouca água e quase nenhuma eletricidade - acolhe 14.000 migrantes dos 17.000 que existem atualmente na ilha grega. Poderia parecer uma espécie de vilarejo entre as oliveiras, se não fosse o fato de que, depois de ter passado o arame farpado, chega-se entre os refugiados e percebe-se como as presenças triplicaram e as condições humanitárias pioraram drasticamente em relação a maio de 2019, quando como enviado do Papa o cardeal Konrad Krajewski foi a Lesbos para sua primeira visita. Para 33 desses refugiados, graças ao Pontífice e à Comunidade de Sant'Egidio, e a um corredor humanitário dentro das fronteiras europeias, a vida mudará em breve.
Multidão, segurança, serviços
Mas em Moria, um braço do mar da Turquia, ainda há afegãos, sírios, iraquianos e aumentaram também os africanos, especialmente somalis. Falam o farsi, árabe, inglês e francês. Entre eles, encontra-se Said Mohammad, afegão da etnia hazara, historicamente perseguida em pátria. "O maior problema - disse ele ao Vatican News - é a aglomeração, há muita gente que vive aqui em Moria. Quando há tantas pessoas, os serviços diminuem, com consequentes problemas de saúde e doenças. Especialmente para crianças e mulheres, é uma grande emergência. A segurança vem imediatamente depois. Há muitas famílias que vivem no meio do mato, em pequenas tendas: uma tenda torna-se a primeira casa das famílias. Faz muito frio aqui durante o inverno à noite, chove com muita frequência e quando você encontra uma maneira de se aquecer, você precisa de eletricidade. Mas o campo no mato - salienta - está se expandindo e, por esta razão, infelizmente, a corrente não chega a todos. E depois não há serviços, como banheiros e chuveiros”.
Sete meses depois
Seguindo os passos do Papa, que foi a Lesbos em 2016, o Esmoleiro apostólico voltou a Moria em dezembro de 2019, com as temperaturas agora mais baixas, para ver pessoalmente a situação. Ao seu lado, mais uma vez, a Comunidade de Sant'Egidio. Um sorriso, um aperto de mão, um terço de Francisco, uma pequena contribuição em dinheiro dada especialmente às mães com crianças pequenas, encontradas também no centro de recreação da ONG Team Humanity, onde neste período são distribuídos casacos e jaquetas. "Quando estivemos aqui em maio - conta o cardeal Krajewski - não havia todas estas tendas: disseram-nos que chegaram 200-300 pessoas durante a noite. Agora é necessária a boa vontade do governo para esvaziar estes "campos de concentração". Entretanto, comecemos por tirar 33 pessoas deste campo e esperemos que toda a Igreja na Europa se abra desta forma, que todas as Conferências Episcopais convidem as pessoas a acolhê-las nas suas dioceses".
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