Os 50 anos da Santa Sé no Conselho da Europa
Cidade do Vaticano
“O importante é semear”, “fazer ouvir a própria voz” e dar expressão “aos que não têm voz”: “o problema seria não falar”. São palavras de Dom Marco Ganci, enviado especial e observador permanente da Santa Sé junto ao Conselho da Europa, ao resumir o compromisso dos cristãos do Velho Continente junto com o da Santa Sé na instituição internacional de Estrasburgo que promove a democracia, os direitos humanos, a identidade cultural europeia e a busca de soluções para os problemas sociais de hoje.
Construir juntos a Europa
A ocasião é o Simpósio interdisciplinar sobre o tema “Construir juntos a Europa – 50 anos da Santa Sé no Conselho da Europa” realizada de 7 a 9 de janeiro em Estrasburgo. A introdução dos trabalhos foi confiada ao arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados.
A presença da Santa Sé
“Justamente no ano 2020 – explica ao Vatican News dom Marco Ganci – completam 50 anos da presença da Santa Sé no Conselho da Europa. Para a ocasião organizamos estes 3 dias interdisciplinares para dar início às celebrações. Trata-se de momentos de estudo, seminários, colóquios, relações para fazer com que compreendam e entendam o motivo da presença da Santa Sé no Conselho da Europa e mais em geral na comunidade internacional”.
A serviço do bem comum
Nestes cinquenta anos, prossegue, a missão da Santa Sé foi e continua a ser “a de participar ativamente das atividades do Conselho da Europa, segui-las, dar sua contribuição com o específico mandato da Santa Sé, que é o de estar sempre a serviço do Evangelho, mas recordar também no plano jurídico de nível internacional a missão que é própria da Igreja, de recordar seja o Evangelho, seja o de estar a serviço do bem comum, do bem do homem. O Conselho da Europa – esclarece o observador permanente – dedica-se especificamente das questões de democracia, do estado de direito, dos direitos humanos, temáticas que a Santa Sé segue com muita atenção: a sua contribuição é a de fazer ouvir a própria voz, uma voz magistral, através das mensagens do Santo Padre". A questão é sempre a de “dar uma encorajamento para construir uma Europa mais solidária, igualitária, justa, fundada na paz, nos valores humanos que são os que a Santa Sé sempre recorda e defende”.
Pontes no diálogo
Outro ponto central das discussões são os vários aspectos da participação dos cristãos na construção europeia, como a liberdade religiosa, bioética, migrações, novas tecnologias. “Por exemplo uma das novas comissões intergovernamentais – informa Dom Ganci – é sobre a inteligência artificial. Foi introduzida no final de novembro e já foi realizada a primeira reunião. A Santa Sé também participa, o Papa está muito atento, há também em programa um encontro em Roma, no Vaticano”. Portanto a atividade está ligada a questões inerentes “os direitos humanos e que servem para poder dar uma contribuição espiritual, moral e à luz da nossa missão específica. Há sempre uma atenção particular da Santa Sé para com estas temáticas: a migração, o tema das liberdades religiosas, do diálogo intercultural”. Sobre como os cristãos possam continuar a construção da Europa e levar adiante a ideia de uma Europa unida em um período no qual se levantam tantos muros, o observador permanente sublinha a contribuição da Santa Sé em “construir – como recorda o Papa – pontes no diálogo, no respeito pelo outro no respeito da própria identidade mas principalmente para crescer juntos”. Eis porque “a temática destes três dias de estudo é construir juntos a Europa. A contribuição que a Santa Sé dá não é apenas para os cristãos ou os católicos, é para todos”.
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