#Coronavírus. Tagle: um Jubileu para eliminar a dívida dos países pobres
Cidade do Vaticano
Diante da situação de crise criada pelo coronavírus, um Jubileu especial em que os países ricos eliminem a dívida dos países fortemente endividados. Foi o que o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Luis Antonio Tagle, propôs durante a celebração da Missa no domingo (29/03) em Roma transmitida em streaming.
Faltam máscaras faciais, mas sobram projéteis
“Agora nos damos conta de que não temos máscaras faciais suficientes, enquanto os projéteis são abundantes”, afirmou o ex-arcebispo de Manila na homilia cuja celebração teve a cobertura da agência Cbcp News dos bispos filipinos. “Não temos respiradores suficientes, mas temos milhões de pesos, dólares e euros para gastar num avião que pode atacar pessoas”.
Eliminar os juros exorbitantes
Esta falta de recursos, advertiu, poderia ser o “túmulo” dos países pobres e de seus povos. Daí, o apelo às nações ricas do planeta a eliminar os juros escorchantes de seus empréstimos a estes países, a fim de que sejam colocados em condições de enfrentar os problemas mais urgentes causados pela pandemia: o perdão – disse – permitiria a quem se encontra “no túmulo do endividamento, reencontrar a vida”.
Reorientar despesas militares dos governos
Mas não basta. Segundo o prefeito de Propaganda Fide, é preciso reorientar as despesas militares dos governos para outros objetivos: a instrução, habitação e alimento. Isso, ressaltou com veemência, garantiria a verdadeira segurança e permitira sair do “túmulo”.
Perdão da dívida externa é tema ainda aberto
À distância de mais de vinte anos do lançamento da Campanha mundial promovida por ocasião do Grande Jubileu do Ano 2000, à qual havia aderido a Santa Sé e toda a Igreja católica, junto a numerosas ongs, a eliminação da dívida externa dos países altamente endividados é um tema ainda aberto.
Crise do coroanvírus destina-se a agravar a situação
A eliminação da dívida de muitos países decidido nos primeiros anos 2000 pelas instituições internacionais seguramente aliviou a situação de várias nações pobres que desse modo puderam investir mais recursos em serviços como a saúde pública, mas nem todas essas nações pobres se beneficiaram e esta medida nem sempre foi resolutiva mesmo em países que usufruíram dela, muitos dos quais se encontram hoje numa situação até mesmo pior do que a do ano 2000. A crise do coronavírus destina-se a repropor o problema em termos ainda mais urgentes.
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