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Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia (Foto: Jackson Erpen) Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia (Foto: Jackson Erpen) 

Festa da Divina Misericórdia nos recorda: não perder a esperança e a confiança em Deus, diz cardeal Dziwisz

O secretário particular de São João Paulo II e seu colaborador mais próximo, recordou ao Vatican News a festa deste Domingo, à luz da realidade que estamos vivendo. O purpurado voltou à origem da instituição da festa pelo Papa polonês, fazendo considerações sobre sua vida e de Santa Faustina Kowalska.

Giancarlo Lavella e Gabriella Ceraso - Cidade do Vaticano

Uma Missa na Festa da Divina Misericórdia instituída há 20 anos por São João Paulo II para o segundo domingo da Páscoa, seguindo o que o próprio Jesus pediu em uma das aparições à irmã Faustina Kowalska, em 1931, em Plock.

Assim, o Papa celebrou às 11 horas deste domingo na Igreja Santo Spirito in Sassia, não muito distante da Praça de São Pedro, conhecida como o Santuário romano dedicado precisamente à promoção da espiritualidade da Divina Misericórdia. O próprio Francisco, depois que a Sala de Imprensa já havia anunciado, havia recordado aos fiéis desta celebração, na Missa celebrada na capela da Casa Santa Marta na manhã de sábado.

É a primeira vez que um Pontífice retorna a esta igreja, 25 anos depois de São João Paulo II, que ali abençoou a imagem de Jesus da Misericórdia. Nas palavras de Karol Wojtyla, dos dois raios de luz, branco e vermelh que saem do coração de Jesus,  brota a grande “onda de misericórdia que se derrama sobre a humanidade".

Foi precisamente a Santa polonesa que revelou ao mundo este desejo do próprio Jesus: "Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate"(Diário, 699),

Francisco escolhe esta festa - tão ligada ao seu magistério e a seu amado predecessor - e o santuário romano, para sua segunda saída pública em tempos de restrições de deslocamento devido ao coronavírus. E o faz, em um momento de dificuldade e solidão em que os fiéis estão distantes e não podem participar da celebração, exceto pela mídia.

Mas "nunca percam a confiança e a esperança em Jesus Misericordioso, nunca duvidem da proteção dos apóstolos da Divina Misericórdia, Santa Faustina Kowalska e São João Paulo II”, afirmou o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo emérito de Cracóvia e ex-secretário pessoal do Papa polonês, ao comentar esta festa, assim como o momento pelo qual passa a humanidade.

100 anos após o nascimento de Wojtyla, a ser celebrado em 18 de maio, precisamente a fervorosa devoção a Jesus da Misericórdia - diz o cardeal - o torna vivo e presente, ainda hoje como um "dom para a Igreja e a humanidade":

Este domingo é a Festa da Divina Misericórdia: a vivemos de uma maneira diferente este ano, sem poder participar pessoalmente dos ritos e mesmo distantes fisicamente do Papa. Estamos em um período de pandemia. Como conciliar então esta festa com o momento difícil que estamos vivendo?

R. - Não percamos a fé na Divina Misericórdia. Devemos novamente nos voltar a Jesus da Misericórdia, como foi feito durante a Segunda Guerra Mundial. Também agora é um período difícil para toda a humanidade, e devemos sempre ter esperança e confiança em Jesus Misericordioso e nos apóstolos da Divina Misericórdia, Irmã Faustina e João Paulo II. Eles são nossos protetores e já experimentamos isso, estão sempre perto de nós e sempre nos protegem. Portanto, a grande festa da Divina Misericórdia nos recorda isso: não perder a esperança e a confiança em Deus.

Há 20 anos, São João Paulo II instituiu este domingo especial em resposta ao pedido de Jesus enviado a Santa Faustina Kowalska. Na sua opinião, como essa recorrência afetou a Igreja em todo esse tempo?

R. – Certamente, no início nesm mesmo os eclesiásticos estavam muito convencidos disso; então, pouco a pouco, eles entenderam que era algo inspirado pelo Senhor, pelo Espírito Santo e que era necessário seguir esse caminho seguindo João Paulo II.

Também para o Papa Francisco podemos usar a definição de Apóstolo da Misericórdia, assim como para Santa Faustina, venerada precisamente como Apóstolo da Divina Misericórdia? Quais as semelhanças que o senhor percebe no caminho dos dois?

R. - Ouvimos isso tantas vezes: o Papa Francisco é devoto da Divina Misericórdia. Experimentamos isso em particular durante a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia. Muitas vezes ele falou sobre isso, convidando também os jovens a ter esperança e confiança no Deus misericordioso.

No próximo dia 18 de maio, recordaremos os cem anos de nascimento de Karol Wojtyla. Toda a Igreja, não apenas na Polônia, está se preparando para este dia. Para o senhor que esteve muito tempo ao lado do Pontífice, o que essa intenção desperta em seu coração? Que emoções, que lembranças, que esperanças?

R. - Certamente, sempre volta ao meu pensamento essa grande figura de Pontífice, como um presente para a Igreja e para a humanidade. Ele faleceu já faz 15 anos, mas continua sempre a inspirar e o faz também hoje, precisamente por meio da devoção a Jesus da Misericórdia.

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19 abril 2020, 14:34