Faleceu o cardeal Renato Corti aos 84 anos de idade
Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano
Uma vida sóbria e intensa, "coração a coração", como sóbrio e intenso era o homem que o Papa quis como membro, já com 80 anos, do Colégio cardinalício. O cardeal Renato Corti faleceu nesta manhã por volta das 9 horas em Rho, província de Milão, no Colégio dos Obaltos dos Santos Ambrósio e Carlos onde residia desde 2011, alojado num quarto simples. Ele faleceu serenamente, como disseram as pessoas que o assistiram até o último momento.
Vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana de 2005 a 2015, pregador estimado, dirigiu os exercícios espirituais à Cúria vaticana em 2005, os últimos com João Paulo II, enquanto, a convite do Papa Francisco, escreveu as meditações da Via Sacra no Coliseu da Sexta-feira Santa de 2015. Homem de profunda espiritualidade, discípulo do cardeal Martini, de quem foi vigário geral em Milão e por quem foi ordenado bispo em 1981, escolheu como lema episcopal "Cor ad cor loquitur" que o cardeal santo John Henry Newman tinha escolhido.
Originário de Galbiate, então na província de Como, hoje de Lecco, o cardeal Corti iniciou seu ministério sacerdotal nas mãos de um futuro Papa, Giovanni Battista Montini, então chefe da Igreja Ambrosiana. A partir de 1990 ele se transferiu como bispo para Novara, 21 anos durante os quais promoveu entre outras coisas a Causa de beatificação de Antonio Rosmini.
Entre 2005 e 2015 ocupou o cargo de vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, mas em 2011 já havia renunciado ao governo pastoral de Novara por limite de idade. Desde fevereiro de 2012 sua casa foi o santuário de Rho, nos Oblatos dos Santos Ambrósio e Carlos, um cardeal "sacristão", que não desdenhava se necessário preparar o altar para a missa na capela.
O arcebispo de Milão, Mario Delpini, disse que ao receber a notícia da morte do cardeal confiou "ao Senhor o seu longo e fiel ministério". O cardeal Corti disse aos microfones da Rádio Vaticano em 2016, assim que soube da sua criação como cardeal: são aos mártires que devemos olhar "porque eles nos permitem entender como seria realmente viver segundo o Evangelho".
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