Parolin em Lourdes: cresça em cada um de nós os traços da Virgem Maria elevada na glória
Gabriella Ceraso - Vatican News
"Dirijamo-nos a Maria com imensa confiança, com a firme certeza de que ela nos ouvirá." O secretário de Estado Pietro Parolin, que leva a Lourdes a proximidade espiritual e a bênção do Papa Francisco aos presentes, em particular aos que passam por duras provações, expressa na homilia, antes de tudo, a sua total entrega à Virgem, a quem consagra as intenções de oração de muitas pessoas. O contexto é o da Missa da Solenidade da Assunção e das celebrações da Peregrinação Nacional 2020 da Congregação dos Agostinianos da Assunção, no 175º aniversário da sua fundação.
Maria é a nossa esperança
Como ensina o Concílio Vaticano II, Maria “mostra-se a nós como um sinal de consolação e de segura esperança”, e isto - afirma o cardeal na homilia - é ainda mais atual no contexto da pandemia e dos conflitos que afligem o nosso mundo, “um mundo que conhece a obscuridade, o medo, a dominação cega e homicida, a concorrência desleal, a exploração do homem pelo homem e a desorientação”.
Na Solenidade da Assunção, o cardeal secretário de Estado sublinha o quanto o estar no céu em corpo e alma de Maria permite-nos partilhar os seus "traços", ou seja, "tornar-nos homens e mulheres eucarísticos, cuja vida é guiada pelo 'Fazei isto em memória de mim’, para que sejam preparados os caminhos da nossa subida ao céu'.
Em Maria como "homens e mulheres eucarísticos"
Levar os traços da Mãe de Jesus elevada na glória, como homens e mulheres eucarísticos - afirma o cardeal - imersos na humildade do discernimento, significa "não ter medo", não "retirar-se", não "ser submissos", como lemos na liturgia de hoje, mas saber “transformar o deserto em um refúgio seguro” com alegria e não com a violência. “Viver tudo isto e pertencer ao Senhor crucificado e ressuscitado, pertencer à comunidade dos chamados à salvação significa, portanto, receber o dom da festa”.
A mística de viver juntos
A peregrinação, sinal da fé eclesial, conduz a Lourdes e ali adquire o seu sentido: somos aqui peregrinos - são as palavras do cardeal Parolin - para ver que existe uma “gruta aberta” onde brilha a mesma luz do Sepulcro aberto e vazio de Jesus, para que, como o foi para Bernadete, os humildes e os pobres se tornem "mestres da fé do Povo de Deus" e "porta de acesso ao mistério do Salvador".
“Esta gruta aberta - conclui o cardeal - que vemos e tocamos com as mãos e os olhos do corpo e do espírito” transmite-nos “o 'misticismo' do viver juntos” em fraternidade: que este “misticismo” – são os seus votos - acompanhe sempre o nosso crescimento no discernimento. E com ele cresça em cada um de nós os traços da Virgem Maria elevada na glória, para que pertençamos sempre mais alegremente às pessoas que levam a imagem da sua filiação, na medida em que, sem hesitações e murmurações, dedicamo-nos inteiramente ao pacto e ao caminho que nos torna missionários e evangelizadores”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui