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Santa Sé: corrupção, perigo real para a paz e a segurança

Na assembleia da OSCE, o arcebispo Balvo adverte sobre o tráfico ilícito desencadeado em relação aos fundos disponibilizados para a Covid-19. Forte apelo a trabalhar para o bem comum sem excluir os mais frágeis.

Isabella Piro – Vatican News

A luta contra a corrupção foi o tema principal da declaração da Santa Sé no 28º Fórum Econômico e Ambiental da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), que se conclui nesta sexta-feira (11/09), em Praga, na República Tcheca.

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O documento, entregue na quinta-feira pelo Núncio Apostólico na República Tcheca, dom Charles Balvo, responsável pela delegação vaticana, reitera que “a corrupção é um perigo real para a paz e a segurança”. Preocupa o fato de que “a enorme quantidade de fundos liberados para combater a pandemia da Covid-19 tenha atraído as atividades criminosas”, com o risco de que “aqueles que mais precisam de apoio financeiro permaneçam sem a ajuda necessária”. “Devemos ser honestos”, afirma a Santa Sé, “e reconhecer que a corrupção ocorre, em diferentes graus, em cada um dos Estados participantes da OSCE”, pois somente reconhecendo a existência dessa chaga “seremos capazes de combatê-la”.

Soluções voltadas para o bem comum

A Santa Sé convida a encontrar “soluções novas e renovadas”, no contexto atual da pandemia, ou seja, soluções que “não criem divisões, não sejam politizadas ou parciais, mas que busquem realmente o bem comum e o desenvolvimento humano integral de todos”. Nesta perspectiva, a Santa Sé recorda que em 1º de junho deste ano, o Papa Francisco promulgou um Motu proprio sobre transparência, controle e concorrência nos procedimentos para a adjudicação de contratos públicos pela Santa Sé e pelo Estado da Cidade do Vaticano, com o objetivo de “reduzir consideravelmente o perigo de corrupção daqueles que são chamados a governar e administrar os órgãos” vaticanos. Esta decisão do Pontífice, lê-se no texto de dom Balvo, “leva ao centro da chaga da corrupção, ou seja, ao fato de que “quando os funcionários civis roubam ou se apropriam indevidamente de fundos públicos”, tudo isso “afeta toda a comunidade a que servem”.

Transparência na gestão dos assuntos públicos

Se, de fato, a gestão dos “assuntos públicos” carece de “transparência e responsabilidade”, prossegue a delegação da Santa Sé, o progresso econômico sólido e duradouro e a segurança estão comprometidos”, ou até mesmo “completamente anulados”. O Núncio Apostólico na República Tcheca exorta a combater a corrupção também com “a cultura, educação, formação e participação cidadã”, porque “as leis são necessárias, mas não suficientes”. O que é necessário, conclui ele, é “agir com coragem para abalar as consciências”, para que elas passem “da indiferença generalizada à percepção da gravidade desses fenômenos, de modo a combatê-los”.

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11 setembro 2020, 10:27