Papa canoniza por equipolência Margarida de Città de Castello
Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado, 24 de abril, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro.
Durante a audiência, o Sumo Pontífice confirmou as conclusões da Sessão Ordinária dos cardeais e bispos, membros da Congregação, e decidiu estender à Igreja universal o culto da Beata Margarida de Città de Castello, da Ordem Terceira dos Frades Pregadores, inserindo-a no Catálogo dos Santos (Canonização Equipolente). Ela nasceu em 1287 em Metola, Itália, e morreu em Città di Castello (Itália) em 13 de abril de 1320.
Durante a mesma audiência, o Santo Padre também autorizou a Congregação a promulgar os decretos relativos:
- ao martírio dos Servos de Deus Vicente Renuncio Toribio e 11 Companheiros, da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), mortos por ódio à fé em Madrid (Espanha) em 1936;
- às virtudes heroicas do Servo de Deus Pedro Marcelino Corradini, bispo de Frascati, cardeal da Santa Igreja Romana, fundador da Congregação das Irmãs Colegiais da Sagrada Família; nascido em 2 de junho de 1658 em Sezze (Itália), veio a falecer em Roma (Itália) em 8 de fevereiro de 1743;
- às virtudes heroicas da Serva de Deus Emanuele Stablum, religiosa professa da Congregação das Filhas da Imaculada Conceição; nascida em 10 de junho de 1895 em Terzolas (Itália), faleceu em Roma (Itália) em 16 de março de 1950;
- às virtudes heroicas do Servo de Deus Enrico Ernesto Shaw, fiel leigo e pai de família; nascido em 26 de fevereiro de 1921 em Paris (França), faleceu em Buenos Aires (Argentina), em 27 de agosto de 1962;
- às virtudes heroicas da Serva de Deus María de los Desamparados Portilla Crespo, fiel leiga e mãe de família; nascida em 26 de maio de 1925 em Valência (Espanha) e falecida em Madrid (Espanha) em 10 de maio de 1996;
- às virtudes heroicas da Serva de Deus Anfrosina Berardi, fiel leiga, nascida em 6 de dezembro de 1920 em San Marco di Preturo (Itália) e lá falecida em 13 de março de 1933.
Santa Margarida de Città de Castello
A Beata Margarida de Città de Castello nasceu por volta de 1287 no povoado fortificado de Metola (Urbino, Itália), no seio de uma família da pequena nobreza. Nascida cega e deformada, ela foi trancada pelo pai em uma pequena cela construída perto da igreja do castelo para que ficasse escondida dos olhos do mundo. Aos cinco anos, foi levada por seus pais à Città de Castello, na Igreja de São Francisco, junto ao túmulo de um frade franciscano leigo, Tiago da Città de Castello, falecido em 1292 com fama de santidade, na esperança de obter o milagre da visão para a filha. Mas o milagre esperado não aconteceu, então os pais decidiram abandonar definitivamente sua filha e confiá-la à solidariedade dos habitantes de Città de Castello.
A menina viveu algum tempo mendigando nas ruas da cidade, antes de ser acolhida por algumas freiras da pequena comunidade de Santa Margarida. O seu modo de vida muito mortificado e as suas advertências despertaram a inveja das monjas, que pouco tempo depois a mandaram embora. A menina foi salva por um casal de devotos pais cristãos, Grigia e Venturino, que a acolheram, juntamente com os dois filhos que já tinham, reservando-lhe uma pequena cela na parte superior de sua casa, para que ela pudesse se dedicar livremente à oração, à contemplação e às práticas penitenciais, como o jejum, flagelações e o cilício. Margarida, por sua vez, colocou os seus dons espirituais e intelectuais à disposição da família, dedicando-se à educação cristã dos filhos de Grigia e Venturino e, apesar de não enxergar, às obras de caridade, visitando os encarcerados e os enfermos. Sinais prodigiosos, milagres e curas extraordinárias, além de outros fenômenos místicos, começaram a ser atribuídos a ela.
Margarida também frequentava diariamente a vizinha Igreja da Caridade dos Frades Pregadores e fazia parte das Mantellate Domenicane (membros leigos da Ordem da Penitência de São Domingos), mais tarde denominadas Terciárias Seculares de São Domingos. Dedicou-se à oração assídua, à confissão diária, à comunhão frequente, à recitação do Ofício da Virgem e ao Saltério, à meditação constante do mistério da Encarnação.
A vida virtuosa da Beata se caracteriza sobretudo pelo seu abandono confiante à Providência, como uma alegre participação no mistério da Cruz, especialmente na sua condição de portadora de deficiência, rejeitada e marginalizada. Essa amorosa conformidade com Cristo foi acompanhada por intensas experiências místicas. A sapientia cordis assim amadurecida irradiou-se para os outros.
Frequente e assídua era sua meditação sobre a vida de Cristo. Curas milagrosas também foram atribuídas a ela e isso contribuiu para torná-la um ponto de referência para muitos. Apesar da deficiência, motivada pela caridade, exerceu o próprio magistério para com alguns discípulos, aos quais ensinou o Ofício da Virgem e o Saltério; instruiu os filhos do casal que a acolheu em sua casa; ela foi madrinha e formou na doutrina cristã uma sobrinha de seus pais adotivos; orientou a vocação de uma jovem, convidando ela e sua mãe a vestir o hábito religioso; ela também tentou reconduzir as freiras de um mosteiro de volta à observância perfeita com doces admoestações.
Ele morreu em 13 de abril de 1320, em Città de Castello, Itália.
Como outras místicas medievais, à oração assídua a Beata unia penitências extremamente duras: jejuns, vigílias, cilício, flagelação. Tudo para imitar Cristo que voluntariamente se entregou à paixão pela salvação da humanidade.
Santa Margarida é um exemplo de mulher que amadureceu uma profunda e fervorosa experiência de vida em íntima união com o Senhor. A enfermidade não a impediu de viver uma maternidade espiritual excepcional e fecunda, que ainda hoje recorda a importância de cuidar dos outros. Além disso, pode ser um forte chamado de esperança para qualquer situação de marginalização e sofrimento.
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