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Jardins Vaticanos: todo o Chile em um mosaico

Inaugurada nos Jardins Vaticanos uma representação da Virgem do Monte Carmelo

Felipe Herrera-Espaliat – Vatican News

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Todo o Chile está representado no mosaico da Virgem do Monte Carmo abençoado e inaugurado na tarde desta quinta-feira (24/06) nos Jardins Vaticanos. As 15.400 peças que compõem o mosaico foram coletadas de todo o território do país sul-americano que reconhece sua Rainha e Padroeira nesta devoção. Os olhos negros de Maria são feitos com obsidiana da Ilha de Páscoa, enquanto o céu ao fundo tem traços sutis de lápis-lazúli. O lado direito do manto da Virgem mostra o mapa, reconstruído com pedras locais, retratando todas as regiões do território nacional, incluindo a Antártida.

A obra é de Francisca Claro, uma artista chilena que, juntamente com o laboratório Marana-thá, trabalhou por dois anos, sempre numa atmosfera de oração pela pátria, no corte, polimento e colagem de pedras, esmaltes, pérolas, conchas e medalhas, ou seja, as tesselas encastoadas neste quadro de 1,40 metros de comprimento por 1,10 metros de largura.

O cimento usado como cola foi misturado com as cinzas de centenas de mensagens escritas com intenções de oração que os fiéis enviaram durante a confecção do mosaico, sobretudo ao longo do período de isolamento devido à pandemia.

O mosaico traz consigo uma rica simbologia que inclui, entre outros, os sinais de todos os povos indígenas do Chile, como os Mapuches e os Rapanui, assim como imagens da flora e fauna locais, objetos tradicionais da religiosidade popular e do folclore chileno. Tanto a Virgem como a criança estão de frente e seguram o escapulário carmelita, e ambos estão usando uma coroa de ouro. "Tomei a liberdade de incluir estes símbolos que contribuíram para o senso de unidade que eu procurava. Nossa Senhora nos cobre e nos acolhe com seu manto do qual brota um rio de graça. Ela é nossa Mãe que nos une", explicou a artista.

Este presente ao Papa Francisco e à Cidade do Vaticano é o resultado de uma iniciativa do embaixador do Chile junto à Santa Sé, Octavio Errázuriz, para quem "esta obra constitui um canto de unidade e esperança em tempos de pandemia e incertezas. Por trás de cada tessela estão representados os sonhos, intenções, projetos e esperanças daqueles que generosamente a tornaram possível". E como sinal de unidade entre os dois Estados, os brasões do Chile e do Santo Padre também foram incluídos no mosaico.

A cerimônia de bênção, que contou com a presença de membros da comunidade chilena residente na Itália, foi presidida pelo cardeal Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, na presença do cardeal capuchinho Celestino Aós Braco, arcebispo de Santiago do Chile, que abençoou a imagem sagrada, e do bispo salesiano Alberto Ricardo Lorenzelli Rossi, seu auxiliar.

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24 junho 2021, 15:50