Cardeal Parolin: a fé abre caminhos imprevistos
Debora Donnini – Vatican News
"A existência de Santa Odília nos mostra que a intervenção de Deus pode mudar a perspectiva a qualquer momento, dar nova vida e nova missão, curar doenças e abrir o caminho para formas inesperadas de evangelização". São palavras do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, na missa com os jovens, realizada na tarde da segunda-feira (05/07) no Santuário do Monte Sant'Odile, a abadia de Hohenbourg onde está enterrada a santa abadessa padroeira da Alsácia. Assim se concluiu a visita do Cardeal Parolin, enviado a Estrasburgo como representante do Papa, para as celebrações dos 1.300 anos da morte de Santa Odília.
A Confraria da Adoração Perpétua
O Cardeal Parolin lembra que foi nesta mesma montanha, escolhida pela Santa para a fundação de seu mosteiro, que foi fundada a Confraria da Adoração Perpétua há 90 anos, inspirada em Chanoine Christen, Reitor do Mont Saint Odile na época. Era o período entre as duas guerras mundiais, e os inspiradores da Confraria queriam que as Adoradoras rezassem em particular pela paz e pela Diocese, intenções às quais logo se acrescentou orações pelas vocações sacerdotais e religiosas.
Hoje participam 52 grupos envolvendo cerca de 2000 pessoas que durante todo o ano e todas as quartas-feiras se unem às Adoradoras. Além disso, durante a pandemia, a oração continuou nas formas permitidas e em comunhão espiritual. O Cardeal exortou os membros da Confraria a perseverar fielmente em seu compromisso e refletiu sobre a importância das intenções de oração que estavam no coração dos que deram vida a esta associação: "a oração pela paz jamais será uma conquista definitiva, mas um compromisso para todos e um dom a ser pedido ao Senhor, uma oração pela Diocese, cuja história reflete muito da história europeia".
Odília caminho de evangelização para muitas gerações
Algumas fontes dizem que Odília nasceu e morreu duas vezes: através do batismo ela nasceu como nova criatura em Cristo e quando obteve sua visão. E dizem que para a edificação e instrução de suas irmãs, ela voltou à vida e tomou em suas mãos o Viático, para morrer de novo e renascer para as alegrias do céu. A mentalidade atual permanece cética, observa o cardeal, quando se fala de milagres, mas nestas narrativas e na devoção dos cristãos percebe-se a profunda verdade que emana destas histórias, porque elas nos fazem encontrar o poder curativo e redentor de Cristo. "No caso de Santa Odília, eles colocam diante de nossos olhos as imensas dificuldades encontradas por uma menina rejeitada pelo seu pai que não queria uma pessoa cega na família, e a intervenção libertadora do Senhor que queria fazer dessa pessoa um instrumento de bênção e evangelização para multidões inteiras e por muitas gerações", observou o Cardeal Parolin.
A fé, continuou o cardeal, "vê o invisível e abre cenários completamente novos, caminhos imprevistos, ensina novos estilos de vida", dando perseverança. "Na base dos milagres de Santa Odília e de tantos outros santos está o milagre radical e a fonte da fé", observa por fim o Cardeal Parolin, exortando-nos a acreditar profundamente nos milagres que o Senhor realiza, que converte e restaura os corações, que dá vista aos cegos, que dá nova vida e quer que todos nós conheçamos o Filho de Deus e obtenhamos a salvação.
A Padroeira da Alsácia
Odília, também conhecida como Otília ou Odila, nasceu na região da Alsácia, no século VII, quando esta região era um ducado da Alemanha. Na época, o soberano local era um duque chamado Aldarico. Nesta família nasceria Santa Odila. Porém, em condições muito adversas. Odília, a primeira filha do casal, nasceu com duas desvantagens: a primeira, pelo simples fato de ser mulher. Seu pai, Aldarico, queria um homem para sucessor. Além disso, ela nasceu cega. O bebê foi entregue a um mosteiro de religiosas. Lá, ela recebeu cuidados e educação. Depois de ter sido batizada recebeu o milagre da visão e o dom da profecia. Foi uma grande mística da Igreja e depois da conversão de seu pai recebeu o castelo de Hohenbourg onde fundou seu mosteiro do qual foi a primeira abadessa. Em 1807 o local foi transformado em um santuário, data em que o Papa Pio VII canonizou Santa Odília e autorizou seu culto e sua festa no dia do seu falecimento (13 de dezembro). Santa Odília é venerada até hoje como protetora dos portadores de doenças da visão, dos cegos e dos oftalmologistas. Ela foi declarada padroeira da Alsácia, território que hoje pertence à França.
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