Santa Sé alerta para pagamentos digitais que favorecem tráfico de migrantes
Vatican News
O papel que os pagamentos digitais feitos através das plataformas Blockchain e o uso não regulamentado das criptomoedas desempenham no tráfico de migrantes: é sobre este tema que a Missão Permanente da Santa Sé interveio, ao dirigir0se ao presidente do Grupo de Trabalho sobre Tráfico de Migrantes do UNODC, reunido na quinta-feira, 14, em Viena.
"Enquanto algumas plataformas on-line obrigam seus clientes (remetentes e destinatários de remessas) a se identificarem, algumas plataformas de criptomoeda e prestadores de serviços de bens virtuais não exigem que seus clientes se identifiquem". E isto, só aumenta "as oportunidades de lavagem de dinheiro e crimes similares".
Cadeias criminosas que usam a web
Muitos migrantes ao longo da Rota dos Balcãs, diz a declaração, "aceitam as promessas dos contrabandistas na Internet e muitas vezes são vítimas de cadeias de criminosas de tráfico".
A nota alerta ainda que as redes sociais e a web, quer as oficiais como as dark web, são ferramentas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) amplamente utilizadas "para facilitar o recrutamento e o transporte de migrantes traficados" para países europeus, que depois são explorados.
Diante da tecnologia utilizada para fins maléficos, existem porém diversas ferramentas tecnológicas, desenvolvidas pelas forças policiais, pela sociedade civil e organizações religiosas, "que permitem às pessoas adquirirem conhecimentos sobre os riscos do contrabando e fornecem meios para denunciar possíveis casos".
Propostas para um uso mais consciente dos serviços de internet
A Missão Permanente da Santa Sé junto às Organizações Internacionais em Viena apresentou uma série de propostas, tais como "o desenvolvimento de soluções tecnológicas seguras", a introdução de "mecanismos de identificação de bens virtuais a fim de aumentar a transparência e combater as ações ilegais dentro desses serviços", a promoção de "campanhas de prevenção ao contrabando e iniciativas para deter o tráfico de migrantes e para tornar a migração mais segura, ordenada e regular”.
Por fim, o texto enfatiza o aspecto da educação sobre o uso correto dos bens virtuais, sugerindo o lançamento de "campanhas de conscientização e programas específicos de formação, tanto em nível nacional como internacional, para contribuir para a prevenção do contrabando e a proteção dos migrantes, especialmente aqueles em dificuldade".
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