Educar para a democracia: a urgência em discutir o tema dentro das universidades

Andressa Collet - Vatican News

Começou nesta quinta-feira (17) na Lumsa (Libera Università Maria Santissima Assunta), em Roma, a conferência internacional "Educar para a democracia em um mundo fragmentado" com o discurso de boas-vindas do cardeal Giuseppe Versaldi, prefeito da Congregação para a Educação Católica. O evento está sendo organizado pela Fundação "Gravissimum Educationis", criada em 2015 pelo Papa Francisco para apoiar e implementar projetos, pesquisas e formação no âmbito educativo. A Pontifícia, que também participa do Pacto Global para a Educação, está sempre atenta às situações mais difíceis, trabalhando junto a escolas e universidades católicas presentes, por exemplo, no Chile, Peru, Itália, Congo e Costa do Marfim.

Ao apresentar a conferência na Sala de Imprensa da Santa Sé, dom Guy-Réal Thivierge, secretário-geral da Pontifícia, e que também fez a sua intervenção no primeiro dia de debataes, confirmou a participação de representantes de mais de 20 países na conferência que termina no sábado (19): entre eles, professores de 14 universidades de 13 países de todo o mundo. O objetivo é compreender os problemas locais de todos os ângulos, desde o acadêmico até o econômico e espiritual. E, assim, acrescentou ele, “gostaríamos de identificar modelos educacionais a serem levados em consideração. Cada projeto parte da experiência local e tem um campo de análise preciso para depois se abrir à comparação".

A urgência em discutir sobre democracia

"As nossas democracias estão em perigo", afirmou dom Thivierge que, sem entrar nas especificidades do contexto vivido atualmente na Europa, nos lembrou que estamos todos conscientes do drama do momento, dos riscos que enfrentamos, mas também de como alguns pontos fixos estão vacilando. Ele enfatizou que a educação é um fator de integração, coesão social e desenvolvimento, servindo para formar as pessoas, particularmente as gerações mais jovens, para a democracia e o espírito da democracia.

O professor Allan De Guzman, da Pontifícia Universidade de Santo Tomás, nas Filipinas, também participa do primeiro dia de trabalhos e explicou o seu ponto de vista sobre o valor da educação, “aquele do poder da educação, do imenso potencial em termos de promoção social”. Ele o fez convidando-nos a analisar as controvérsias, sejam elas locais, regionais ou globais.  O objetivo, portanto, deve ser “estabelecer pontos fixos na educação de modo a defender e desenvolver precisamente este potencial de paz diante de ameaças e contextos de conflito”.

Dom Thivierge falou ainda sobre a importância de dissecar e compreender os vários níveis do debate a ser abordado: desde o mais teórico, intelectual ou espiritual, até o nível concreto da realidade dos fatos e das várias experiências em diferentes latitudes.  Ele explicou, assim, que a conferência internacional foi organizada com uma lógica precisa: reunir não somente teóricos e filósofos, mas também representantes do mundo da política. De fato, ex-chefes de governo ou ministros estão participando para garantir “um verdadeiro diálogo entre ‘teóricos’ e ‘praticantes’".

Audiência com o Papa Francisco

Nesta sexta-feira (18), segundo dia de conferência internacional e após a celebração eucarística pela parte da manhã, os participantes devem se encontrar em audiência com o Papa Francisco, no Vaticano. O evento termina no sábado (19).