Parolin: a guerra é um massacre, se houver vontade, a paz é possível
Alessandro De Carolis e Benedetta Capelli – Vatican News
As imagens tremem entre as cores que inserem uma nota alegre na dor, mantida dentro. As imagens das crianças ucranianas com o duplo estigma, a doença grave que as consome e o fim de um mundo, o delas, pulverizado pela loucura dos mísseis. Loucura que as levou a milhares de quilômetros de casa, até o novo Centro de Cuidados Paliativos inaugurado, nesta terça-feira (22/03), pelo Hospital Menino Jesus em Passoscuro, cidade situada a oeste de Roma. O secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, as viu e, quando questionado por jornalistas sobre a guerra na Ucrânia, manifestou toda a consternação que sua condição de doente e de refugiado lhe causava:
Estas crianças ucranianas que também estão aqui, nos mostraram algumas fotografias. É realmente inaceitável... Por causa de sonhos de não sei de que tipo, as consequências são pagas pelas pessoas mais frágeis e vulneráveis.
A guerra é um massacre
Os "sonhos" são as ambições que durante 27 dias desencadearam um inferno no Leste da Europa, um apocalipse que o secretário de Estado chama de "massacre".
Acredito que estamos todos perdidos diante do que aconteceu e continua acontecendo, sem saber o que o futuro nos reserva, esperando que se consiga pôr um fim a este massacre, eu o defino como tal, e que se consiga primeiro deter a guerra e depois iniciar negociações que possam levar a uma solução.
A "boa vontade" da paz
O Papa Francisco repetiu sem cessar que a Santa Sé está pronta para fazer de tudo para deter a guerra, e o cardeal Parolin também reafirmou isso, enfatizando que são necessárias intenções reais para uma mudança.
Há sempre a possibilidade de encontrar uma solução, uma solução honrosa para todos, basta ter a boa vontade de fazê-lo. Creio que, neste caso, é necessária muita boa vontade. A alternativa é a guerra, a alternativa é a violência, a alternativa são os mortos. Insistimos que deve haver negociações, e estamos disponíveis na medida em que as partes pensem que podem aproveitar nossa colaboração para ajudar a pôr um fim a esta guerra.
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