Dom Vincenzo Paglia: da guerra na Ucrânia possa nascer uma Europa inclusiva
Tiziana Campisi - Vatican News
É preciso imaginar e construir um futuro diferente para que este conflito seja o último e sirva de exemplo para a busca e a identificação de novas formas de convivência entre os povos, escreve dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, numa reflexão sobre a guerra na Ucrânia publicada nesta terça-feira (15) pelo jornal italiano "Il Riformista". No artigo, ele reitera o grito do Papa Francisco do último domingo (13) no Angelus: "Parem a guerra, em nome de Deus"!
O prelado afirma que "se faz necessária uma clarividência política eficaz e efetiva para que possamos sair desta provação com um desenho europeu renovado, sábio e duradouro". Dom Paglia diz que, para ele, parece não existir alternativas: “a Europa é uma só; tem dois pulmões, certamente, Oriente e Ocidente têm características comuns e características diferentes, mas é sempre a Europa". Ele acredita que devemos "falar de Europa judaico-cristã", como dizia insistentemente João Paulo II.
A necessidade de solução política justa
Para o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, "é essencial redesenhar um futuro que abrace a Europa desde o Atlântico até os Urais" e "a Europa da OTAN, da União Europeia, do G-7 que por vezes se torna G-8, deve ser redesenhada, inventando uma solução política diferente, com um projeto de inclusão política, econômica, financeira e cultural de todos os países, ninguém excluído". Uma Europa dos povos do futuro precisa de uma "solução política que seja justa, real, respeitadora do direito internacional e dos direitos", salienta dom Paglia no artigo do jornal, ao relançar a proposta do Papa, no Angelus do último domingo (13): "devemos realmente e decididamente nos concentrar nas negociações".
Para o prelado, este é "o instrumento que a história da humanidade foi capaz de utilizar para chegar a soluções" e é "uma política clarividente" que "será capaz de apontar o caminho para toda a humanidade". Dom Paglia prossegue dizendo que o mundo está vivendo "uma pandemia que ainda não foi derrotada", "uma crise ambiental e climática" que terá consequências para todos e "uma mudança de época em termos de novas tecnologias que afetam a própria humanidade". O prefeito conclui a sua reflexão ao jornal italiano afirmando que não são as armas e a guerra que irão resolver os problemas.
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