Marengo entre os futuros cardeais: serviço que viverei com alegria, humildade e diálogo
Gabriella Ceraso - Cidade do Vaticano
Um refletor aceso sobre as periferias do mundo onde a Igreja Católica é minoritária e conta somente com o Evangelho vivido e com o serviço humilde e dialogante. Essa realidade certamente influenciou a decisão do Papa Francisco de criar cardeal a Dom Giorgio Marengo - nascido em 1974, prefeito Apostólico de Ulaanbaatar na Mongólia há dois anos - no próximo Consistório, em 27 de agosto.
"Surpresa, gratidão e compromisso" à luz do ensinamento que sempre recebeu como missionário da Consolata, são as primeiras palavras pronunciadas após o anúncio do Papa no Regina Coeli no dia da Solenidade da Ascensão.
Depois dos estudos em Filosofia e do doutorado em Missiologia em Roma, Giorgio Marengo fez sua profissão perpétua em 24 de junho de 2000 como missionário da Consolata, sendo ordenado sacerdote em 2001.
Com o olhar voltado para a Ásia desde 2001 com vários encargos no ministério pastoral na Mongólia em Arvaiheer, como o primeiro missionário I.M.C. na Mongólia; como Conselheiro Regional para a Ásia, Superior para a Mongólia e Pároco de Maria Mãe de Misericórdia em Arvaiheer. Assim, há dois anos, o Papa Francisco o nomeou Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar (Mongólia) e agora o escolhe para ser cardeal, justamente nos dias em que está em Roma acompanhando uma delegação de autoridades budistas da Mongólia, trinta anos após o início das relações diplomáticas com a Santa Sé e a presença de católicos no país asiático. É precisamente com eles que partilha a alegria de um encontro, que "aqui - diz ele - tem mais ressonância do que na minha pequena comunidade" na Mongólia, onde levarei a notícia com grande alegria. Conosco ele compartilha a primeira emoção deste dia:
Como o senhor recebeu a notícia de sua inclusão no próximo Consistório para a criação de 21 novos cardeais, foi uma surpresa?
É uma grande surpresa para mim. Recebi a notícia no final da celebração eucarística dominical de nossas irmãs missionárias da Consolata em sua Casa Geral, e foi um momento fraterno e inesperado. Meu primeiro pensamento foi para o fato de que o Santo Padre se preocupa tanto com uma Igreja em minoria absoluta, como a Igreja na Mongólia. Portanto um grande sentimento de reconhecimento pela atenção do sucessor de Pedro pela Igreja que se encontra em contextos de marginalidade e de pequenez. Obviamente, admiração e reconhecimento pelo que isso pode significar para a Igreja neste país.
O Papa, em primeiro lugar, pediu aos próximos novos cardeais apoio no ministério do bispo de Roma para o bem de todos os fiéis do Santo Povo de Deus. O que o senhor acha que pode fazer?
Não sei o que posso oferecer a não ser minha dedicação, o meu continuar no caminho do Evangelho, como minha escola missionária me ensinou, como servo da Igreja em constante sintonia com o Santo Padre. Acho que é um serviço muito exigente, mas ao mesmo tempo gostaria de colocá-lo nas mãos da Mãe de Deus para que ela possa guiá-lo. Penso que, se cada um de nós cumprir o seu dever onde o Senhor lhe pede, isso pode servir à Igreja a ser sempre transparente ao Evangelho e fazer conhecer o Senhor Jesus lá onde se encontra.
Um cardeal humilde e prestativo, mas também será um dos mais jovens....
Uma surpresa esta que me faz sentir ainda menor, sabendo que passarei a fazer parte de um colégio com pessoas muito mais experientes do que eu, com grande sabedoria e grande conhecimento. Então eu sinto vontade de aprender com todos aqueles que têm mais experiência. Para mim, viver esta nova vocação significará continuar na linha da pequenez, da humildade e do diálogo. Estou aqui em Roma nestes dias, precisamente com um líder do budismo mongol, e também é significativo que nos regozijamos juntos com esta notícia e isso diz como a Igreja na Mongólia é uma realidade de 360°, que tenta caminhar com todas as pessoas de boa vontade e que estão comprometidas com o diálogo. Então eu acho que tudo isso vai continuar e pode aumentar em benefício do que a igreja já está fazendo.
Portanto, o anúncio de seu cardinalato o levará à Mongólia com a simplicidade de sempre?
Certamente, também porque para a nossa pequena comunidade e para o mundo em que estamos inseridos, este tipo de percursos não tem um significado como poderia ter em outras partes do mundo onde a dinâmica da Igreja é mais conhecida. Portanto, será uma mensagem de alegria a ser vivida com todos os nossos fiéis e nossos amigos não cristãos, vivida na maior simplicidade.
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