Óbolo de São Pedro, no ano passado, dez milhões de euros em financiamento de projetos
Vatican News
"A Igreja somos todos nós! Todos aqueles que seguem o Senhor Jesus e que, em seu nome, se aproximam dos últimos e dos que sofrem, procurando oferecer algum alívio, conforto e paz." A frase de Francisco, extraída da audiência geral de 29 de outubro de 2014, sela as cinco páginas de cifras que descrevem o balanço de 2021 do Óbolo de São Pedro, a tradicional coleta que no final de junho destina os recursos obtidos da generosidade de fiéis individualmente considerados, dioceses e organizações beneficentes em apoio à caridade do Papa para com os necessitados do planeta, bem como às estruturas que acompanham sua missão apostólica.
O quadro geral de 2021
E o apoio do ano passado se concretizou em uma coleta que chegou perto de 47 milhões de euros no total (46,9 para ser exato), diante de gastos de 65,3 milhões de euros. Para fins de comparação, em 2020 a coleta havia ultrapassado por pouco 44 milhões (44,1), mas já de 2015 a 2020, lembrou o padre Guerrero, o Óbolo havia tido uma diminuição de 23%, posteriormente penalizada por um ulterior 18% em 2020 devido à pandemia.
Compõem o total do que foi coletado em 2021 os diversos itens que alimentam o Óbolo, desde a coleta feita durante a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo em todas as dioceses do mundo, até as ofertas recebidas através de transferências bancárias, doações, legados, heranças e através dos depósitos feitos através da página web https://www.obolodisanpietro.va/es/dona.html. A maior parte das doações (65%) veio de dioceses e outros 10% mais ou menos de Fundações, assim como somas menores recebidas de doadores privados e institutos religiosos. Geograficamente, os maiores contribuintes para o Óbolo 2021 foram os EUA (29,3%), seguidos pela Itália (11,3%), Alemanha (5,2%), Coreia (3,2%) e França (2,7%). As coletas por países cobrem 75% do total, sendo o restante doado à Santa Sé por Fundações e institutos religiosos.
A distribuição das somas
As áreas para as quais o Óbolo concede fundos dizem respeito, por um lado, ao serviço prestado pela Cúria Romana e, por outro, às inúmeras obras de caridade que atendem diretamente os mais necessitados. Dos 65,3 milhões de euros gastos em 2021, 46,9 milhões de euros foram financiados pelas ofertas recebidas durante o ano, enquanto os 18,4 milhões restantes foram financiados pelos próprios ativos do Óbolo. Em particular, 55,5 milhões de euros contribuíram para as atividades promovidas pela Santa Sé na realização da missão apostólica do Papa, enquanto que, como mencionado, cerca de 10 milhões de euros (9,8 milhões, para ser exato) foram concernentes a projetos de assistência.
Ajuda aos mais necessitados
Em detalhes, a assistência oferecida às dioceses com poucos meios, aos institutos religiosos e aos fiéis em sérias dificuldades (pobres, crianças, idosos, marginalizados, mas também vítimas de desastres naturais, vítimas da guerra, refugiados, migrantes, etc.) levou a Santa Sé a doar mais de 35 milhões de euros em 2021 e parte desta contribuição, os já mencionados 9,8 milhões de euros, veio do Óbolo, um valor que possibilitou a promoção de 157 projetos em 67 países. A África foi o principal beneficiário (41,8%), seguida pela América (23,5%), Ásia (8,2%) e Europa (1%). Três áreas de intervenção se destacam: projetos sociais (construção de escolas, projetos para a proteção da dignidade humana, etc.), apoio à presença evangelizadora de igrejas em dificuldade (por exemplo, a construção de dormitórios no Sudão do Sul e Indonésia), e a expansão e manutenção da presença evangelizadora (construção de novas igrejas).
Ajuda à missão do Papa
Os 55,5 milhões de euros destinados em 2021 para apoiar o ministério papal representaram 23% das despesas totais dos dicastérios dedicados à missão apostólica no mesmo ano, excluindo os administrativos (no valor de 237,7 milhões). Trata-se das estruturas, renovadas pela recente constituição apostólica Praedicate Evangelium, que colaboram com o Pontífice em sua missão como chefe universal da Igreja e incluem as diversas formas nas quais a evangelização se expressa (espiritual, educacional, justiça, comunicação, caridade política, atividade diplomática, etc.).
Há um ano, na véspera da coleta, o prefeito da Secretaria para a Economia, o jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves, enfatizou em entrevista ao Vatican News a importância da contribuição assegurada pelo Óbolo: "É importante colaborar porque não podemos pensar que a missão da Igreja pode ser sustentada sem a contribuição dos fiéis. O anúncio do Evangelho no mundo inteiro, com tudo o que isso implica, pressupõe uma estrutura de apoio".
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