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A carta que será conservada no Santuário dos Novos Mártires, em Roma A carta que será conservada no Santuário dos Novos Mártires, em Roma 

Carta de Wojtyła sobre amigo Szczęsny, morto por nazistas, chega em Roma

Será entregue nesta quarta-feira (15) ao Santuário dos Novos Mártires, na capital italiana, a carta que Karol Wojtyla escreveu em 1958, quando foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, em resposta à família do seu amigo no seminário clandestino da cidade polonesa, Szczęsny Zachuta, morto pelos nazistas em 1944. A relíquia será mantida em São Bartolomeu, no Memorial dos Mártires dos séculos 20 e 21.
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Anna Poce e Andressa Collet - Vatican News

"Hoje, quando o Nosso Senhor me permitiu alcançar a plenitude do sacerdócio aqui na Terra, não posso deixar de lembrar do meu querido irmão, cujo caminho para o sacerdócio foi interrompido logo no início". Essas são palavras escritas por Karol Wojtyła em uma carta para a família do seu amigo e colega no seminário clandestino de Cracóvia, Szczęsny Zachuta, morto pelos nazistas em 1944.

A carta assinada, que responde aos votos recebidos por Wojtyła por ocasião da sua nomeação como bispo auxiliar de Cracóvia em 1958, será entregue nesta quarta-feira (15) pelos sobrinhos de Szczęsny Zachuta na Basílica de São Bartolomeu na Ilha, Santuário dos Novos Mártires dos Séculos 20 e 21, em Roma. A cerimônia será presidida por dom Jan Romeo Pawłowski, arcebispo titular do Sejny e secretário das Representações Pontifícias.

Szczęsny Zachuta

"Estou sinceramente emocionado com a carta da mãe e do irmão do falecido Szczęsny, meu querido amigo durante meus estudos teológicos clandestinos", escreveu Wojtyła , recordando encontros com o jovem na igreja, com o guia espiritual de ambos, Jan Tyranowski, e lembrando das visitas à família Zachuta, na época em que ele ainda era um trabalhador na Solvay. "Naqueles anos", disse o futuro Papa, "a terrível crueldade do ocupante tirou Szczęsny de todos nós". O querido amigo de Wojtyla foi preso pelos alemães em 13 de abril de 1944, preso em Cracóvia e, provavelmente, baleado. O seu nome, de fato, pode ser encontrado na lista dos condenados à morte em 6 de junho de 1944.

Sem conhecer o local de sepultamento do jovem polonês, os sobrinhos pediram que a carta fosse conservada em São Bartolomeu, que "se tornaria o seu túmulo simbólico em um lugar especial, dedicado à memória dos mártires do século XX por seu amigo João Paulo II".

A Basílica de São Bartolomeu na Ilha

A Basílica de São Bartolomeu, confiada à Comunidade de Sant'Egidio, tem mais de mil anos e está situada na Ilha do Tibre, em Roma. Foi construída em 998 pelo imperador alemão Otto III para conservar os restos mortais de dois mártires: São Bartolomeu Apóstolo, cujo corpo é mantido no altar principal, e São Adalberto, bispo de Praga, morto em 997 enquanto evangelizava as populações na fronteira mais setentrional da Europa cristã.

Após o Jubileu de 2000, São João Paulo II quis que a basílica se tornasse o Memorial dos Novos Mártires. A proclamação ocorreu em 12 de outubro de 2002, na presença dos cardeais Ruini, Kasper e George, e do Patriarca Ortodoxo da Romênia, Teoctist. Um grande ícone dedicado às Testemunhas da Fé do século XX foi colocado no altar principal. O Papa Bento XVI, em 7 de abril de 2008, honrou a memória dos mártires dos séculos XX e XXI com uma visita à Comunidade de Sant'Egidio por ocasião do aniversário de 40 anos.

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15 junho 2022, 13:41