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Card. Parolin acaricia uma jovem doente no encontro na Nunciatura com as Congregações Religiosas locais Card. Parolin acaricia uma jovem doente no encontro na Nunciatura com as Congregações Religiosas locais 

Card. Parolin e o abraço aos pobres e doentes em Kinshasa

No domingo à tarde (03/07), na Nunciatura de Kinshasa, na RDCongo, o Cardeal reuniu-se com as congregações religiosas locais e seus assistidos: crianças, idosos, jovens, deficientes ou abandonados por suas famílias sob a acusação de bruxaria. Para eles o Secretário de Estado levou a carícia do Papa: "Vocês são exemplo que o amor, quando distribuído, não se esgota, mas se multiplica e cresce".

Salvatore Cernuzio – Enviado em Kinshasa

Quando, na manhã de um Sábado Santo, há muitos anos, as religiosas o encontraram fora da porta de sua casa, o corpo de Guy estava coberto de moscas e feridas. Ele havia sido deixado na rua por seus pais que o acusavam de bruxaria após a morte de seus dois irmãos em poucos dias. Espancado até sangrar, tinham derramado água quente sobre ele; atordoado, a família o abandonou em uma calçada. As Irmãs do Sagrado Coração de Jesus o trataram em um centro médico. Hoje Guy ensina francês aos jovens e pede orações para a conversão de sua família.

Histórias de rejeição e sofrimento

Ontem à tarde ele estava sorrindo sob o olhar carinhoso do Cardeal Pietro Parolin que o encontrou na Nunciatura Apostólica em Kinshasa, junto com uma representação das Congregações religiosas locais e seus assistidos. Após a missa da manhã, o Secretário de Estado quis dedicar sua última compromisso da viagem à República Democrática do Congo à humanidade mais ferida. Idosos, crianças, mulheres solteiras com filhos, casais, adolescentes, todos unidos pelo único denominador comum do sofrimento. O sofrimento que assume a forma de rejeição e estigma social, de doença e deficiência intelectual, de abandono, mesmo pelos próprios familiares. Um sofrimento curado às vezes apenas com amor e sem qualquer cuidado médico específico - faltando entre outras coisas os recursos econômicos para sustentá-lo - por parte das congregações religiosas e as realidades eclesiais que compensam o grande vazio institucional.

Card. Parolin encontra pessoas doentes e pobres em Kinshasa
Card. Parolin encontra pessoas doentes e pobres em Kinshasa

Da tristeza à alegria

Seres humanos que, disse o Cardeal, "passaram da morte para a vida, da humilhação para a dignidade, da tristeza para a alegria". Durante todo o evento, o cardeal distribuiu abraços e bênçãos, cumprimentou homens e mulheres em cadeiras de rodas e um carinho especial aos jovens com o olhar perdido no vazio. Em troca recebeu canções, agradecimentos e um colar de rosas roxas, um típico presente indiano dado pelas Missionárias da Caridade. Elas e as representantes de outras congregações se revezaram para contar suas histórias de serviço, seguindo o exemplo de Cristo.

A emoção do Secretário de Estado

A todas essas pessoas, Parolin, tomando a palavra com visível emoção, assegurou: "Certamente levarei seus nomes e seus rostos ao Papa Francisco, pedindo-lhe que o leve em suas orações, dando graças a Deus pelas maravilhas que ele fez por vocês". "A Igreja universal lhes agradece e encoraja a perseverar em suas obras, mesmo à custa de dificuldades e aparentes derrotas ", disse o cardeal. "Em sua vida diária vocês provam como o amor, quando distribuído, não se divide ou se esgota, mas se multiplica e cresce".

Card. Parolin encontra pessoas doentes e pobres em Kinshasa
Card. Parolin encontra pessoas doentes e pobres em Kinshasa

"Seus nomes soam como tantas notas musicais bonitas no canto de ação de graças que devemos apresentar a Deus todos os dias", acrescentou o cardeal. "Justamente quando vocês pensaram que tudo poderia estar perdido, a luz e a vida surgiram em sua dor e transformaram tudo. Claro, nem tudo é perfeito e vocês ainda enfrentam momentos difíceis, talvez muitas ansiedades e medos do amanhã. Mas Deus abriu um novo caminho para cada um de vocês, Ele os pôs de pé e os convida a continuar caminhando com Ele. Ele estendeu sua mão para vocês, não a larguem".

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04 julho 2022, 12:08