Dois livros do Papa são apresentados em Madri: sobre Evangelho e paz no mundo
Andressa Collet - Vatican News
Dois livros do Papa Francisco publicados em espanhol foram apresentados nesta terça-feira (12) pelo arcebispo de Madri, o cardeal Carlos Osoro Sierra, que estava acompanhado do ex-reitor e atual professor de Teologia Moral da Pontifícia Universidade de Comillas, o Padre Julio Luis Martínez, e da presidente da Romana Editoral que publicou as obras, Carmen Magallón. O evento, foi adiado em duas semanas por causa da Cúpula da Otan, aconteceu na sede da revista semanal de informação católica "Alfa & Omega", vinculada à Arquidiocese de Madri.
A beleza do Evangelho
Ao apresentar o livro "La belleza del Evangelio", cujo prefácio foi escrito pelo cardeal, dom Osoro disse que é preciso "que os cristãos descubram que a salvação é para todos", que "não é uma coisa nossa pessoal", e que assumamos o "compromisso" de aproximá-la dos outros. O arcebispo de Madri lembrou ainda que "o Evangelho abre horizontes a todos os homens" e insistiu que a missão da Igreja é levá-lo "ao mundo", especialmente quando "há muitos problemas que escurecem nosso tempo", como a guerra, a falta de solidariedade ou as ameaças à vida. E acrescentou:
O livro de 288 páginas apresenta as reflexões do Papa Francisco sobre o Evangelho segundo São Lucas, pregado todos os domingos do ano litúrgico C. O Pontífice acompanha o leitor na descoberta da beleza do Evangelho: de um lado, a acolhida ao anúncio de misericórdia que Jesus veio trazer à terra; do outro, o nosso compromisso de corresponder a essa graça. O convite ainda é para levar o Evangelho no coração, lê-lo diariamente e vivê-lo como um modelo de vida. Nas palavras do Papa, "o mesmo anúncio é dirigido à Igreja, chamada a acolher o Evangelho para que se converta em carne, vida concreta".
Paz na terra
Já o Padre Julio Martínez focalizou a sua abordagem na outra obra, "Paz en la tierra", que "não é um livro para ser lido de uma só vez como um romance", mas serve "tanto como reflexão como oração". "Em um estilo muito direto, muito compreensível, que provoca e faz pensar, e tem profundidade teológica", afirmou ele. Nesse sentido, o reitor emérito da universidade jesuíta observou a constante preocupação de Francisco pela paz, contra a lógica da guerra - com seu alerta há anos de que "uma terceira guerra mundial em pedaços" estava ocorrendo, e valorizando a promoção da "cultura do encontro" através de citações e discursos do Pontífice.
Referindo-se a exemplos concretos como os Dias Mundiais pela Paz e o Documento histórico sobre a Fraternidade Humana assinado em Abu Dhabi, o Pe. Julio detalhou que "o Papa está convencido de que as religiões, em sua profundidade, são grandes caminhos para a paz" e indicou que "também apela pelo respeito e o diálogo, onde a educação é fundamental". "Combater a barbárie só pode acontecer educando com generosidade as novas gerações para responder ao mal com o bem", acrescentou ele.
O ex-reitor também quis vincular essa reflexão à invasão atual à Ucrânia, a qual é aludida em vários textos da obra, e trouxe ao debate a "falta de escrúpulos" dos russos e o medo de que o "arsenal de armas nucleares" entre em cena. "O Papa, mesmo sendo de Buenos Aires, está se contendo para não fechar as portas sobre a possibilidade da Igreja de fazer algo pela paz", advertiu diante de certos críticos.
A obra do Papa sobre a paz, com 192 páginas, traz as catequeses da Audiência Geral das quartas-feiras e trechos da Encíclica Fratelli tutti, assim como o texto inédito "A fraternidade é possível" que dá início ao livro. Francisco enfatiza que "a oração é um protesto contra a guerra formulada diante de Deus" e, ao se referir à paz como um bem comum universal, escreve:
Colaboração: Arquidiocese de Madri
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui