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O momento da leitura da Declaração Final O momento da leitura da Declaração Final

Líderes religiosos no Cazaquistão, unidos em defesa do diálogo e da paz

A Declaração Final do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, documento que pensa nas futuras gerações para aumentar o diálogo e a paz no mundo, foi lido na conclusão do evento que contou com um discurso do Papa Francisco. A próxima edição do Congresso será realizada novamente no Cazaquistão, em 2025.
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Andressa Collet - Vatican News

No Cazaquistão, a quinta-feira (15) marca o encerramento do VII Congresso de Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais com a leitura da Declaração Final do evento que reuniu, em Nursultan, mais de cem delegações. Organizado pela presidência do país, o congresso foi dividido em grupos de trabalhos durante três dias para analisar o tema central sobre o papel dos líderes no desenvolvimento espiritual e social da humanidade após a pandemia de Covid-19. O Papa Francisco participou da abertura e das conclusões da assembleia, onde fez um discurso falando sobre a Declaração Final, o direito concreto da liberdade religiosa, o caminho urgente do diálogo inter-religioso e o apelo para se empenhar pela paz e não pelos armamentos.

A Declaração Final

De fato, a Declaração Final, que tem o objetivo de ajudar a reforçar os pontos já citados pelo Papa Francisco em discurso, será compartilhada com autoridades, líderes políticos, figuras religiosas em todo o mundo, assim como importantes organizações regionais e internacionais, organizações da sociedade civil e especialistas. Ela também será distribuída como documento oficial da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas e os seus princípios podem ser disseminados em todos os níveis regionais e internacionais, para que "a paz e a prosperidade sejam concedidas a todos os povos e países".

No detalhe, o documento representa uma posição comum entre os participantes do Congresso pensando nas gerações futuras e é dividido em 35 pontos para "aumentar o diálogo entre confissões, religiões e civilizações". Os líderes declaram que o evento representa "esforços conjuntos para reforçar o diálogo civil em nome da paz e da cooperação".

Sobre conflitos militares, os participantes do Congresso acreditam que são atos que podem geram tensões e reações em cadeia, destruindo o sistema de relações internacionais (4). Além disso, "o extremismo, o radicalismo, o terrorismo e todas as outras formas de violência e guerra, seja qual for seu fim, não têm nada a ver com a verdadeira religião e devem ser rejeitados nos termos mais fortes possíveis".

O pluralismo e as diferenças de religião, assim como de raça, gênero e linguagem, diz a Declaração, "são uma expressão da sabedoria da vontade de Deus, com a qual Ele criou o homem", razão pela qual qualquer ato de coerção "para com uma determinada religião ou doutrina religiosa" é inaceitável. O texto pede apoio para qualquer iniciativa destinada a implementar o diálogo inter-religioso e interconfessional; enfatiza a comunhão com os esforços das Nações Unidas e de qualquer outra entidade para promover o diálogo entre civilizações, religiões e nações; exorta os Estados a garantir condições de vida dignas para seus cidadãos e a reduzir a discrepância de bem-estar entre os diferentes países do mundo; encoraja a preservação dos valores espirituais e diretrizes morais nas sociedades; e reconhece a importância do papel dos líderes das religiões e da diplomacia religiosa. A tolerância, o respeito e a compreensão mútua são solicitadas e devem ser, portanto, "o objetivo de toda pregação religiosa".

Um texto para as gerações futuras

A Declaração exige ainda a não identificação do extremismo e do terrorismo com nações e religiões amantes da paz; a expansão do papel da educação e da instrução religiosa; o fortalecimento da instituição da família; a igualdade de gênero nas sociedades e a proteção da dignidade e dos direitos da mulher. O texto também pede apoio para áreas do mundo afetadas por conflitos militares e desastres naturais ou causados pelo homem, assim como organizações internacionais e governos nacionais em seus esforços para superar as consequências da pandemia do coronavírus. 

Os líderes das religiões do mundo assinaram o documento, assim, na promessa de dar novos passos em favor da paz e reconhecendo, acima de tudo, a importância e o valor do Documento sobre a Fraternidade Humana de Abu Dhabi, assinado em 2019 pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib. O próximo Congresso de Líderes Religiosos será realizado no Cazaquistão em 2025.

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15 setembro 2022, 11:30