Parolin na ONU: cultura do diálogo e da cooperação para proteger as minorias
Roberta Barbi - Cidade do Vaticano
Rejeitar o uso discriminatório do termo “minoria” quando se refere a uma parcela menor de uma população, pois gera “sentimentos de isolamento e inferioridade”. Este é o convite inicial do cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, no discurso proferido na quarta-feira, 21, na reunião de alto nível da ONU em Nova York por ocasião do 30º aniversário da adoção da Declaração Sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas.
O purpurado sublinhou que se deve recordar que quando termos como "maioria" ou "minoria" são usados na linguagem corrente, não devem corroer o princípio nos quais estão alicerçados os direitos humanos e as liberdades fundamentais: ou seja, "todos são iguais em dignidade e, portanto, têm direitos iguais".
Cristãos são o grupo mais perseguido do mundo
Segundo o cardeal Parolin, afirmar a própria identidade e viver em paz com os outros são aspirações compartilhadas em todo o mundo por minorias étnicas, religiosas e linguísticas partilham em todo o mundo. Portanto, a sua defesa não pode deixar de respeitar princípios como a proteção da existência, a não exclusão, a não-discriminação e não assimilação.
A Santa Sé neste sentido, observou o cardeal secretário de Estado, constata com grande preocupação que os cristãos são o grupo mais perseguido no mundo e não apenas nos países onde são um grupo minoritário: "Estima-se que cerca de 360 milhões de cristãos em 76 países sofrem discriminações, violências e perseguições por causa de sua fé. Trata-se de uma clara violação do direito fundamental à liberdade de pensamento, consciência e religião”. Uma discriminação que infelizmente outras minorias religiosas também sofrem.
A identidade se fortalece no diálogo com quem não é como nós
Para proteger e promover os direitos humanos das pessoas pertencentes a grupos minoritários em bases nacionais, étnicas, religiosas ou linguísticas, torna-se fundamental a adoção de uma "cultura do diálogo", entendida como um caminho a seguir, adotando como código de conduta a cooperação recíproca e como método a compreensão mútua.
"Identidade e diálogo não são pólos inconciliáveis - destaca Parolin ao concluir. Nossa identidade se fortalece e se enriquece graças ao diálogo com aqueles que não são como nós".
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