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O secretário para as Relações com Estados e Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher O secretário para as Relações com Estados e Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher 

Gallagher: paz mundial ameaçada por uma guerra indigna do homem

Por ocasião do Dia Nacional da República da Coreia, o secretário para as Relações com os Estados referiu-se à atual situação geopolítica: os conflitos não resolvem os problemas, a diplomacia internacional deve refletir seriamente e agir vigorosamente. Sempre intenso, disse ele, o desejo do Papa de visitar as áreas do norte da península coreana.

Tiziana Campisi – Vatican News

"Hoje é urgente promover uma cultura autêntica de paz, baseada na promoção do diálogo no respeito do direito internacional, que possa garantir a convivência pacífica dos povos." Foi o que disse o secretário para as Relações com Estados e Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher, na sexta-feira (07/10), convidado para a recepção do Embaixador da Santa Sé, Choo Kyo Ho, por ocasião do feriado nacional da República da Coreia. Em seu discurso para a ocasião, dom Gallagher, "considerando a atual situação geopolítica que vê a paz no mundo seriamente ameaçada", destacou que a guerra deve ser considerada "um instrumento totalmente inadequado para a resolução de conflitos internacionais, pois não é digna da pessoa humana e de sua vocação natural para a paz".

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O Corpo Diplomático junto à Santa Sé, um instrumento de paz

Lembrando que em 1980 o então cardeal-secretário de Estado Agostino Casaroli, falando aos membros do Corpo Diplomático acreditados junto à Santa Sé, definiu "ser um instrumento de paz" como "o maior título de nobreza e utilidade do serviço diplomático" e observando que a Santa Sé, quando "nuvens escuras se avolumam no horizonte", só pode "convidar os operadores da diplomacia,  a refletir seriamente e agir vigorosamente", o prelado reiterou o que o Papa Francisco disse em 14 de setembro passado no Congresso de Líderes Religiosos no Cazaquistão: a paz "nasce da fraternidade, cresce através da luta contra a injustiça e a desigualdade, se constrói estendendo a mão aos outros".

Relações diplomáticas entre a República da Coreia e a Sé Apostólica

Quanto à República da Coreia, dom Gallagher destacou que, desde seu nascimento, em 1948, tem se empenhado "em promover a liberdade e a democracia, baseada no respeito pela dignidade humana e no cuidado do bem-estar de seu povo". No que diz respeito às relações diplomáticas com a Santa Sé, estabelecida em 1963, o prelado lembrou os contatos religiosos, culturais e pessoais que estavam na base delas e que "recentemente alcançaram seu ápice na visita do Papa Francisco à Coreia, em 2014", e nas visitas do presidente Moon Jae-in ao Vaticano, em 2018 e no ano passado.

O desejo de Francisco de visitar as áreas do norte da Península Coreana

O secretário para as Relações com os Estados reafirmou "o compromisso da Santa Sé na cooperação com a República da Coreia para alcançar a paz duradoura e a verdadeira harmonia tanto em sua própria nação quanto em todo o mundo" e expressou "gratidão pelo respeito que o Estado tem pela Igreja católica e sua contribuição para a sociedade coreana, particularmente no campo educacional e social". Ele também assegurou que a Santa Sé "acompanha o povo coreano em seu caminho em direção à paz e ao desenvolvimento, compartilhando suas "alegrias e esperanças, tristezas e ansiedades" e que "não deixa de apoiar a Coreia em suas mais profundas aspirações, começando pela reconciliação e prosperidade de toda a Península Coreana". "Sabe-se que o Papa Francisco tem um interesse e afeto particular pelo povo coreano", continuou dom Gallagher, que, por fim, lembrou o profundo desejo do Papa de "visitar as áreas do Norte, caso receba um convite oficial das Autoridades".

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08 outubro 2022, 18:23