Jardins Vaticanos: convite para o silêncio e a oração
Laura Lo Monaco - Vatican News
Construído em um terreno caracterizado por um relevante desnível, a origem dos jardins é atribuída ao Papa Nicolau III (1277-1280), homem de grande cultura e esperto em ervas medicinais, que transferiu a residência papal do Palácio de Latrão para o Vaticano em 1279.
Os documentos da época descrevem o jardim original como um hortus conclusus, uma típica realização medieval cercada por muros, rica de significado simbólico relativo ao culto da Virgem Maria. O que hoje possui 23 hectares de extensão começou como um simples pomar (pomerium), um relvado (pratellum) e um jardim (viridarium).
Um personagem importante na história dos Jardins Vaticanos é Johannes Faber, célebre naturalista e médico alemão que no começo do século XVII foi responsável por aumentar a variedade de flores exóticas importadas do mundo todo. Hoje os Jardins Vaticanos são um amplo espaço de convivência, mas principalmente um local onde é possível silenciar o coração e se colocar em oração. Afinal, contemplar a beleza da natureza é também uma forma de se aproximar do nosso Deus criador.
Torre de São João
A Torre de São João é uma estrutura circular localizada em uma colina na ponta mais ocidental da Cidade do Vaticano em frente ao heliporto e com vista para os Jardins. A Torre é uma estrutura medieval de uma antiga muralha construída pelo Papa Nicolau III e foi reconstruída pelo Papa João XXIII no início da década de 1960. Atualmente a Torre é utilizada como moradia temporária do Papa durante os períodos de reforma do palácio apostólico.
Fonte da Águia
No começo do século XVII, a presença da água nos Jardins Vaticanos se transformou não somente em um símbolo, mas também em algo espetacular e cenográfico, graças ao Papa Paulo V (1605-1621). Em Roma, ele foi responsável por reativar o Aqueduto Trajano, por reconstruir o Aqueduto de Água Paula e pela construção de cinco novas fontes nos Jardins Vaticanos. Se tratam de fontes muito diferentes entre si e que constituem quase como um mostruário de diferentes movimentos artísticos daquela época, que iam de modelos simples e rigorosos até os modelos barrocos mais detalhados. Entre elas se destaca a majestosa Fonte da Águia, construída por volta de 1611 e projetada por Carlo Maderno e Giovanni Vasanzio.
Gruta de Nossa Senhora de Lourdes
Na porção oriental dos jardins do Vaticano há uma reprodução do célebre santuário de Massabielle, onde a Virgem apareceu à Bernadette Soubirous. Projetada pelo arquiteto Costantino Sneider, o local recebe todos os anos no mês de maio peregrinos e cardeais para a conclusão do mês mariano, que conta com diversas atividades ligadas à devoção Mariana. No ano de 2020, o tradicional encerramento do mês Mariano na Gruta recebeu também o Papa Francisco, que confiou à Virgem Maria todas as dores e esperanças da humanidade em meio a pandemia do coronavírus.
Jardim com plantas da Bíblia
Uma secção que desperta muita curiosidade dos visitantes é o jardim com plantas bíblicas: um espaço dedicado ao cultivo de árvores que são citadas nas Sagradas Escrituras. Um exemplo é a videira, citada em João 15, 1-2:
Como visitar
Os Jardins Vaticanos são abertos à visitação somente com guia credenciado em duas modalidades: a pé ou com um open bus. As visitas já incluem um áudio guia disponível em diversos idiomas. Para agendar o seu passeio, acesse o site: https://m.museivaticani.va/content/museivaticani-mobile/it.html.
Fotos: Laura Lo Monaco - filme analógico
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