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Cardeal Tagle na Pontifícia Universidade Urbaniana Cardeal Tagle na Pontifícia Universidade Urbaniana 

Cardeal Tagle nos 400 anos de Propaganda Fidei: "Quem contará a história de Jesus?"

A Conferência Internacional de Estudos, desejada e organizada pelo Dicastério para a Evangelização, a Pontifícia Universidade Urbaniana e o Comitê Pontifício de Ciências Históricas, repercorre, através do exame de alguns pontos fundamentais, os quatro séculos que se passaram desde quando, em 6 de janeiro de 1622, o Papa Gregório XV fundou a Sacra Congregatio de Propaganda Fide canonicamente erigida no dia 22 de junho seguinte com a bula Inscrutabili divinae Providentiae arcano.

Por Gianni Valente - diretor da Agência Fides

Quem contará a história de Jesus? Que palavras e que meios serão encontrados para contá-la nos novos mundos contemporâneos marcados pela inteligência artificial e digital, pelo extremismo polarizador, pela indiferença religiosa, a imigração forçada, pelos desastres climáticos?

A pergunta, inquietante mas pertinente, ressoou na Aula Magna da Pontifícia Universidade Urbaniana na tarde de quarta-feira, 16 de novembro. O cardeal Luis Antonio Gokim Tagle a propôs na conclusão do discurso proferido na sessão inaugural do Congresso internacional "Euntes in mundum universum", organizado por ocasião dos 400 anos da instituição da Sagrada Congregação de Propaganda Fide, o Dicastério para as missões instituído pelo Papa Gregório XV em 1622. Os questionamentos do cardeal permaneceram em suspensi e em aberto, sem buscar refúgio em respostas previsíveis, no silêncio da platéia lotada por palestrantes, congressistas e estudantes das universidades pontifícias.

Com seu discurso singular, colocado na premissa de um programa intenso, repleto de palestras e intervenções de alto nível acadêmico, o cardeal filipino reconduziu a história secular da Propaganda Fide à missão de “contar a história de Jesus ao mundo”, fonte e razão existencial daquela instituição romana que hoje se funde, com sua bagagem de história e competências, no Dicastério para a Evangelização. "Estamos celebrando não uma história que termina, mas uma história que continua", disse antes do purpurado o padre Leonardo Sileo, magnífico reitor da Urbaniana, em sua saudação inicial aos convidados.

 

Abordar a longa história da Propaganda Fide - começou o discurso do cardeal Tagle - levará os participantes do encontro a "ouvir um grande número de histórias, algumas já conhecidas por nós, outras que para nós serão bastante novas". Toda a contribuição do cardeal filipino quis atestar como precisamente em torno ao "contar histórias" e aos seus efeitos, se tece a trama íntima de cada história individual e coletiva, incluída a história da Salvação.

A história - disse o cardeal Tagle entre outras coisas - é feita de histórias, "e também o Evangelho é cheio de histórias". A vida humana "é inimaginável sem histórias", ela mesma tem "uma estrutura narrativa". E isso vale também para a vida de uma instituição como a Propaganda Fide. Depois, cada história é real e parece persuasiva em si mesma quando se baseia na experiência, quando repropõe a experiência de "primeira mão" de quem a conta, que estava presente quando os eventos aconteceram e deles foi uma "testemunha ocular. Portanto, todos nós "contamos nossas melhores histórias quando elas partem de nossa experiência". Da mesma forma, também a história de Propaganda Fide e as histórias da missão têm força de poder serem narradas por testemunhas oculares que deixaram vestígios preciosos nos vários arquivos da Congregação, arquivos que serão digitalizados - anunciou o cardeal - também para serem compartilhados e disponibilizados aos estudiosos e pesquisadores.

As histórias narradas - acrescentou o cardeal Tagle, continuando sua reflexão - revelam a identidade de quem as conta, "junto com a dos acontecimentos e das pessoas que a moldaram". Isso nos revela quem somos e para onde estamos caminhando. "Quando conto as minhas pequenas histórias, a história íntima da minha vida, é revelada não só à quem a escuta, mas também a mim". E cada história que uma pessoa conta não se desenvolve no vazio, mas chama em causa "outras pessoas, a minha família, os amigos, a sociedade, a cultura, a economia, e aquilo a que chamamos “os tempos”. (…). Sou quem sou porque estou imerso nas histórias dos outros e nas histórias do nosso tempo".

As histórias contadas - continuou o cardeal filipino - "são dinâmicas, transformadoras, abertas ao fato de serem contadas novamente". Nelas, a memória torna-se um fator vital para o presente. Ao recordar nossas histórias, também percebemos “que o passado não é estático”. Quando contamos nossas histórias, “percebemos quando estamos mudando e o quanto devemos mudar”.

A história e as histórias – continuou o cardeal Tagle, ampliando o horizonte dos acontecimentos individuais aos eventos comunitários e coletivos – também têm relevância para compreender o significado dos símbolos espirituais e doutrinários. As histórias "moldam a comunidade". Experiências e memórias compartilhadas "impelem indivíduos separados a se tornarem um corpo coeso". E quando são contadas “podem transformar quem as ouve”, aquele ou aquela que escuta as histórias dos outros pode “ver despertar memórias de interesses pessoais”. Também assim, as histórias ouvidas “maravilham e despertam do torpor”. Em outras situações, as histórias também podem ser removidas, como fazem inconscientemente as vítimas de traumas para evitar prolongar e renovar o próprio sofrimento, ou como fazem os ditadores, quando impedem que sejam divulgadas notícias e histórias de corrupção, opressão e violência.

No final do seu discurso, o cardeal Tagle convidou a aplicar as ideias referidas nas suas considerações sobre a pertinência de “contar histórias” também na vida “de uma comunidade ou de uma instituição como a Propaganda Fide”. E concluiu propondo perguntas que ele mesmo definiu como "provocativas": "Quando se fala da história da Propaganda Fide, de quem contamos as histórias? São contadas as histórias dos Papas? As dos prefeitos? Aquelas das comunidades locais? As dos pobres? A história de Jesus? E a história da Propaganda Fide nos encorajará a entrar nos mundos contemporâneos da inteligência artificial e digital, extremismo, polarização, indiferença religiosa, emigração forçada, desastres climáticos, para citar apenas alguns? Como a história de Jesus será contada nesses mundos? E quem contará a história de Jesus? Euntes in mundum universum", concluiu o cardeal Tagle, repetindo as palavras de Jesus Ressuscitado aos Apóstolos ("Ide por todo o mundo") na versão latina que também serve de título à Conferência sobre os 400 anos da Propaganda Fide.

Até sexta-feira, 18 de novembro, na Aula Magna da Pontifícia Universidade Urbaniana, continua na Aula Magna da Pontifícia Universidade Urbaniana "Euntes in mundum universum", o congresso internacional de estudos programado para o quarto centenário da criação da Congregação de Propaganda Fide. A conferência foi promovida e organizada graças à colaboração entre a Pontifícia Universidade Urbaniana, o Dicastério para a Evangelização e o Pontifício Comitê para as Ciências Históricas. (Agência Fides 17/11/2022).

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