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Casa Geral da Companhia de Jesus em Roma (Vatican Media) Casa Geral da Companhia de Jesus em Roma (Vatican Media)

As acusações contra o padre Rupnik, os jesuítas publicam a cronologia das investigações

O padre Johan Verschueren convida aqueles que tenham algo a relatar a se apresentarem: "Minha principal preocupação é com aqueles que sofreram"

Vatican News

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Os detalhes sobre as investigações e as medidas tomadas em relação às acusações de abusos psicológicos e sexuais feitas por algumas consagradas adultas contra o padre jesuíta Marko Ivan Rupnik, renomado artista e pregador, foram publicados esta terça-feira, 20 de dezembro, no site da Cúria Geral da Companhia de Jesus. É a primeira reconstrução oficial dos eventos.

O padre Johan Verschueren SJ, delegado do padre geral e superior mor das Casas internacionais, declarou:

"Na última semana, a atenção se concentrou em duas investigações sobre o ministério do padre Marko Rupnik. Uma dizia respeito a uma questão relacionada ao sacramento da reconciliação; a outra dizia respeito ao abuso a uma mulher praticado pelo padre Rupnik. As informações compartilhadas levantaram muitas questões e a seguir compartilho uma cronologia dos eventos, na esperança de fazer alguma elucidação".

O padre Verschueren afirma que sua "principal preocupação em tudo isso é com aqueles que sofreram", e convida qualquer um que deseje denunciar novos fatos ou discutir aqueles já apresentados a entrar em contato com ele. "Eu lhes asseguro que serão ouvidos com compreensão e empatia. Já há alguns meses, criamos uma equipe de pessoas, mulheres e homens, de várias disciplinas e com diferentes competências para lidar com essas situações. Estão disponíveis, e têm estado, para ouvir, apoiar e ajudar. O e-mail para este serviço é: teamreferente.dir@gmail.com e as pessoas podem escrever em inglês, francês, italiano, espanhol, holandês e alemão".

Segue-se uma "Cronologia das investigações sobre as acusações" contra Rupnik, das quais o Geral dos jesuítas, padre Arturo Sosa, também havia falado ao se reunir com jornalistas em 14 de dezembro.

Desta primeira reconstrução resulta que as investigações se referem a dois casos separados. O primeiro diz respeito à absolvição de um cúmplice de um pecado contra o 6º mandamento.

- Outubro de 2018: As acusações de absolvição de um cúmplice do padre Rupnik em um pecado contra o 6º mandamento são recebidas pelo delegado da Cúria SJ para as casas internacionais em Roma. A Sociedade abre uma investigação preliminar.

- Maio de 2019: a investigação considera as acusações confiáveis. Um dossiê é enviado para a CDF.

- Junho de 2019: o padre Verschueren, Superior mor da DIR, impõe restrições.

- Julho de 2019: a CDF solicita à Sociedade que instaure um processo penal administrativo.

- Janeiro de 2020: os juízes (todos externos da Companhia de Jesus) dizem unanimemente que de fato houve uma absolvição de um cúmplice.

- Maio de 2020: a CDF emite um decreto de excomunhão; a excomunhão é revogada por um decreto da CDF mais tarde, no mesmo mês.

O segundo caso, por sua vez, toma em consideração acusações relativas a membros da Comunidade Loyola:

- Junho 2021: A Congregação para a Doutrina da Fé entra em contato com a Cúria Geral SJ a respeito de acusações relativas ao padre Rupnik e alguns membros da Comunidade de Loyola.

- Julho 2021: o Padre Geral abre uma investigação preliminar conduzida por uma pessoa de fora da Sociedade. O padre Verschueren, Superior mor da DIR, impõe restrições.

- Janeiro de 2022: a investigação conclui que há um caso a ser resolvido. Os resultados são enviados à CDF com a recomendação para um processo penal.

- Outubro de 2022: o Dicastério para a Doutrina da Fé declara que as acusações em questão dizem respeito a casos que estão prescritos e não se procederá com o processo.

- Permanecem as restrições ao ministério do padre Rupnik.

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20 dezembro 2022, 13:12