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Cardeal Parolin durante celebração em Fátima Cardeal Parolin durante celebração em Fátima 

Cardeal Parolin celebra Santa Missa no Parque das Nações, em Lisboa

Ontem, 13 de maio o cardeal Parolin celebrou a Santa Missa internacional no Santuário de Fátima que encerrou a peregrinação de maio.

Vatican News

O cardeal secretário de Estado Pietro Parolin celebrou a Santa Missa na manhã deste domingo (14/05) na igreja paroquial do Parque das Nações em Lisboa refletindo sobre o caminho de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude que será realizada em Lisboa. Ontem, 13 de maio o cardeal Parolin celebrou a Santa Missa internacional no Santuário de Fátima que encerrou a peregrinação de maio. Na sua homilia disse que “a partir da Cova da Iria, a humanidade pode aprender o valor da unidade, da esperança e da paz, construída a partir da pluralidade, porque Maria nunca está do lado dos “profetas das desventuras”.

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Visita à sede da JMJ

O primeiro-ministro português e o secretário de Estado do Vaticano visitaram neste sábado a sede da JMJ Lisboa 2023, destacando a mensagem de paz e diálogo do encontro mundial que vai decorrer de 1 a 6 de agosto.

António Costa disse aos jornalistas que a Jornada, que Portugal recebe pela primeira vez, é “uma mensagem que o Papa Francisco quer dirigir ao conjunto da humanidade, a partir dos jovens, crentes e não-crentes”, colocando as novas gerações no centro do “desenvolvimento coletivo”.

“Num mundo onde somos marcados pela guerra, pelos conflitos, as divisões e separações, a melhor forma de responder é fazer o contrário: juntar, quando se quer separar; falar de paz, quando há uma guerra; e é, sobretudo, aprendermos todos que partilhar este mundo é aprender a conhecer-se melhor, a diferença de cada um”, acrescentou.

O responsável português evocou a “relação secular” do país com a Santa Sé e o “respeito” do Estado com os crentes.

“Desde a primeira hora, o Estado português entendeu que deveria responder ‘presente’ ao convite que foi feito para apoiar a organização desta Jornada Mundial da Juventude”, referiu o chefe do Governo, que se inscreveu no encontro de Lisboa.

O cardeal Parolin, que presidiu às celebrações do 13 de maio em Fátima, destacou a multidão que encontrou e as “muitas referências” feitas, durante a peregrinação internacional, à JMJ em Lisboa.

O secretário de Estado também destacou a importância da JMJ para a promoção de “uma cultura de paz e convivência pacífica”, que deveria caraterizar o mundo, desejando que os jovens sejam os protagonistas da mudança.

“É possível mudar”, insistiu.

Eis a íntegra da homilia do cardeal Parolin na manhã deste domingo em Lisboa:

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

A celebração de hoje, neste VI (sexto) Domingo do Tempo pascal, constitui uma ocasião propícia para, juntos, refletirmos sobre o caminho de preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar aqui, em Lisboa. Ainda que, para a maioria dos jovens, esse evento só começará no início do mês de Agosto, para cada um de vós, que está ativamente envolvido na sua preparação, já teve início: já faz parte das vossas orações, do vosso trabalho, da vossa generosidade e do vosso empenho.

Saúdo, com especial amizade, Sua Eminência o Cardeal Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, e os seus principais colaboradores. Permiti-me que saúde, de modo particular, Sua Excelência o Senhor Dom Américo Aguiar, Bispo Auxiliar, que tem coordenado todo o trabalho de preparação. Saúdo, também, Sua Excelência o Senhor Dom Ivo Scapolo, Núncio Apostólico e as demais autoridades eclesiais e civis presentes.

E, de um modo especial, saúdo todos os jovens presentes que, com a sua alegria e entusiasmo, dão renovada força à Igreja.

As leituras que acabámos de escutar fornecem algumas pautas que podem ser de estímulo para cada um de nós, tendo como fio condutor a presença e contínuo auxílio do Espírito Santo.

No Evangelho, o Senhor abre-nos o Seu Coração, incentivando-nos a cumprir os mandamentos como uma manifestação de amor: “Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama”. Não basta aceitar os mandamentos, como se fossem uma teoria abstrata ou uma filosofia de vida. É necessário cumpri-los, não por imposição, mas como verdadeira manifestação de amor.

Ao abrir o Seu Coração aos discípulos, Jesus está consciente das dificuldades que encontrarão para cumprir os mandamentos. E, por conseguinte, promete-lhes que não os deixará sós: “Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco.”

É essa a certeza que vos desejo transmitir: não estais sós! Todos estamos conscientes que a preparação para a Jornada Mundial da Juventude é sempre complexa, cheia de constantes desafios e, por vezes, de obstáculos que parecem intransponíveis. Deus assegura-nos a Sua contínua presença, por meio da ação da Santíssima Trindade e, de um modo especial, pela constante assistência do Espírito da verdade. Essa presença, manifesta-se de muitos modos, mas, especialmente, na oração. Por conseguinte, é importante que o caminho de preparação que estais a percorrer seja especialmente marcado por momentos de oração que vos fortaleçam e renovem os vossos corações.

A Jornada Mundial da Juventude é, naturalmente, um evento festivo, mas, ao mesmo tempo, uma oportunidade de encontro e de partilha com jovens de todo o mundo. Por isso, são muito significativas as palavras da segunda leitura, na qual São Pedro nos convida a estar “prontos sempre a responder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança”. E essa razão tem um nome e um rosto: é Cristo vivo, O qual como afirma o Apóstolo, “morreu uma só vez pelos nossos pecados (...) para nos conduzir a Deus.”

Todos estamos conscientes que, nas atuais circunstâncias em que vivemos, muitos jovens experimentam um vazio existencial que, com frequência, não lhes permite encontrar um sentido para as suas vidas. Todo e qualquer jovem traz, dentro de si, o desejo de encontrar uma resposta aos seus anseios mais profundos. Por isso, o convite do Apóstolo Pedro é um incentivo a acolher cada jovem peregrino, com as suas questões e anseios e a ampliar os seus horizontes com a esperança que nos é dada por Cristo que vive nos nossos corações.

A primeira leitura descreve o panorama da primeira evangelização: os discípulos vão anunciando o Evangelho, sem grandes planeamentos ou programações, mas orientados pelo Espírito Santo, que coopera com eles na propagação da Boa Nova. E, diante da Palavra proclamada e dos milagres realizados, “houve muita alegria naquela cidade.”

Esta alegria nasce, por um lado, da constatação que Deus nunca deixa os seus discípulos sozinhos mas, por outro, da certeza que a correspondência e a colaboração generosa de cada um é necessária para que tudo se realize. E as dificuldades acabarão por aparecer. Mas, como escreveu o poeta Fernando Pessoa, “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa, “Ode triunfal”, 1914).

Por isso, amados jovens, sonhai alto, sonhai em grande e que a próxima Jornada Mundial da Juventude possa tornar realidade a esperança de tantos jovens que virão à procura de sentido para as suas vidas, encaminhando para Deus as próprias expetativas.

Acompanho-vos com a minha oração e animo-vos a não desistir perante as dificuldades que encontrardes, encomendando-vos à contínua intercessão de Nossa Senhora.

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14 maio 2023, 11:30