Processo vaticano: palavras do contador Torzi não poderão ser usadas contra imputados
Alessandro Di Bussolo – Cidade do Vaticano
As declarações do corretor Gianluigi Torzi, um dos imputados no processo sobre o uso de fundos da Secretaria de Estado, feitas ao promotor de justiça vaticano Alessandro Diddi durante o interrogatório no Vaticano em junho de 2020, não poderão ser usadas como prova contra os outros imputados. O mesmo vale para os memoriais escritos da defesa, nas partes em que o corretor chama em causa outras pessoas. Porque Torzi nunca se apresentou na sala do tribunal e a defesa não pode realizar um interrogatório.
Este é o cerne do segundo despacho emitido nesta terça-feira, 13 de junho, pelo Tribunal do Vaticano, e lida pelo presidente Giuseppe Pignatone, na sexagésima primeira audiência, a última da fase de audiências, na sala polivalente dos Museus do Vaticano, do processo aberto em final de julho de 2021.
O conteúdo dos dois despachos da Corte
O Tribunal, depois de quase duas horas de deliberação, acolheu assim a impugnação apresentada pela defesa dos arguidos Fabrizio Tirabassi (à data dos fatos funcionário do Gabinete Administrativo da Secretaria de Estado), Enrico Crasso (ex-consultor financeiro da mesma Secretaria) e o financista Raffaele Mincione. Rejeitadas, por outro lado, as instâncias para a anexação aos autos dos acordos e contratos estipulados pela Secretaria de Estado com o Credit Suisse e outras três sociedades financeiras suíças para a gestão dos fundos, mas nunca encontrados nos arquivos do órgão vaticano e a serem solicitados por meio de rogatória. E o pedido da defesa do cardeal Angelo Becciu do depósito de todos os balanços e transações bancárias de 16 instituições vaticanas desde 2004.
Confirmado para 18 de julho início das alegações da acusação
Em um primeiro despacho, lido após uma hora de audiência, o Tribunal também rejeitou o pedido de algumas defesas de oitivas dos respectivos consultores técnicos. Ao final da audiência, que durou pouco mais de três horas e meia, o presidente Pignatone confirmou que em 18 de julho, às 15 horas, terá início a alegação do promotor Diddi, com os pedidos da acusação, dom prosseguimento também nos dias 19 e 20 Julho. Retoma no dia 24 às 15 horas, dia 25 e se necessário também dia 26 de julho. As partes cíveis poderão apresentar as suas conclusões a partir de 27 de setembro, enquanto a partir de 5 de outubro será a vez das alegações de defesa dos arguidos.
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