Parolin na apresentação do livro sobre o padre Dall'Oglio dez anos após sua morte
Andrea De Angelis – Vatican News
No dia do décimo aniversário do sequestro na Síria do padre Paolo Dall'Oglio, fundador da Comunidade monástica de Deir Mar Musa, será realizado um importante evento de apresentação do livro "O meu testamento". O volume, com prefácio do Papa Francisco, publicado pela ITL Libri sob a marca Centro Ambrosiano, contém as conferências inéditas proferidas pelo padre Paolo nos meses anteriores à sua expulsão da Síria e está disponível em todas as livrarias físicas e digitais. O evento se realizará no sábado, 29 de julho, na Igreja de Santo Inácio, em Roma.
O evento
A apresentação do livro terá início às 17h e será concluída com a Santa Missa às 19h presidida pelo secretário de Estado Vaticano, cardeal Pietro Parolin, presente para homenagear a memória do religioso e renovar seu compromisso pela paz e pelo diálogo. Durante a apresentação do volume intervirão numerosos oradores que conheceram pessoalmente o padre Dall'Oglio. Entre eles, o padre Jihad Youssef, superior da comunidade monástica de Deir Mar Musa; Adib al-Khoury, diretor da editora Comunidade monástica Deir Mar Musa; Elena Bolognesi, redatora e tradutora do texto e Giovanni Dall'Oglio, irmão do padre Paolo, que falará em nome da família. A gestão do evento é confiada a Luigi Maffezzoli, jornalista e editor do volume.
O Papa: Dall'Oglio não renunciaria ao diálogo
"O meu testamento" é uma obra de grande importância e significado, que revela uma visão aberta a novos horizontes de ecumenismo, fraternidade entre homens e mulheres e diálogo com o Islã. Esses temas, caros ao magistério do Papa, que assinou o prefácio do volume, encontram uma ressonância particular nas reflexões do padre Dall'Oglio. No prefácio, Francisco afirma que "não temos palavras para expressar essa dor e somos incapazes de dar um nome e uma razão para o ódio de seus possíveis perseguidores. Sabemos, porém, o que ele não teria desejado: culpar o Islã como tal por seu misterioso e dramático desaparecimento; renunciar àquele diálogo apaixonado no qual ele sempre acreditou com o objetivo de "resgatar o Islã e os muçulmanos", como diz um dos ditames de sua Regra. Sobre este ponto - enfatiza o Papa - Padre Paulo foi muito claro. Ele não ignorava os problemas, ouvia as histórias de sofrimento de seus irmãos árabes cristãos, dos coptas, dos caldeus, dos maronitas, dos assírios. Mas ele sentia o caminho da fraternidade como a vocação específica de sua ação e de sua comunidade monástica".
O sequestro em 2013
Nascido em 1954, jesuíta desde 1975, em 1982, ele descobriu as ruínas de um antigo mosteiro no deserto sírio: Deir Mar Musa al Habashi (Mosteiro de São Moisés, o Abissínio). Dois anos depois, ele foi ordenado sacerdote na Igreja sírio-católica, que tem jurisdição sobre o mosteiro. Em 1991, ele iniciou uma nova experiência monástica, aberta à hospitalidade, ao ecumenismo, à inculturação no contexto árabe-islâmico e ao diálogo com o Islã. Desde 2011, na esteira das manifestações da "Primavera Árabe", que também afetaram a Síria, ele se comprometeu com a paz e com um processo gradual de democratização. Devido a suas posições, sua autorização de residência foi revogada e, em junho de 2012, ele foi forçado a deixar a Síria. Em julho de 2013, ele conseguiu chegar a Raqqa, no norte do país, controlada pela oposição ao regime. Em 29 de julho, ele foi sequestrado e, desde então, não se tem notícias dele.
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