Sociedade de São Vicente de Paulo presenteia um sorriso aos necessitados de Glasgow
Edoardo Giribaldi e Mario Galgano – Vatican News
"Não é possível resolver todos os problemas. Mas se quem precisa sabe que pode vir aqui e ser ouvido, faz diferença. E as pessoas sempre saem com um sorriso no rosto." Foi assim que Bernice Brady apresentou a Sociedade de São Vicente de Paulo de Glasgow, da qual é presidente, à delegação da equipe de ciclismo de Athletica Vaticana, que encontrou durante o recente Campeonato Mundial de Ciclismo na cidade escocesa. Os vicentinos também doaram um ícone aos atletas, que esta manhã, 9 de agosto, na Audiência Geral a entregaram ao Papa na Sala Paulo VI, parando para conversar com ele e entregando-lhe também a bicicleta usada durante a corrida (que o próprio Papa autografou hoje). Em entrevista aos meios de comunicação vaticanos, a presidente do grupo caritativo escocês traça um panorama de sua comunidade, que atende aos necessitados e bate à sua porta sem nenhum julgamento ou discriminação baseada em "raça ou credo": "É tudo uma questão de tentar ver o rosto de Cristo naqueles aos quais servimos".
Contextos diferentes
A Sociedade de São Vicente de Paulo de Glasgow foi fundada em 1973 e continua funcionando há cinquenta anos "fazendo o mesmo trabalho, servindo os pobres com roupas e alimentos". As pessoas necessitadas provêm dos mais diversos contextos. Desde habitantes locais a "refugiados e requerentes de asilo, particularmente de diferentes zonas de guerra em todo o mundo". Os serviços da comunidade não são muito divulgados, mas a notícia espalha-se rapidamente. "Estamos no Facebook, apenas publicamos o horário de funcionamento", mas Glasgow e os seus cidadãos podem encaminhar os mais necessitados para o lugar certo. "Aqui, se você acabou de chegar à cidade", explica a voluntária, "lhe dizem onde você pode ir pegar roupa. É simplesmente um passar a palavra pra frente. Só isso".
O que você precisa
A Sociedade de São Vicente de Paulo oferece tudo o que uma pessoa necessitada pode achar útil. “Não é sobre o que você quer, é sobre o que você precisa”, diz Brady. “É sempre um preciso de: 'eu preciso de um casaco, calças, sapatos, roupa íntima.' Então perguntamos: 'Você precisa de um cachecol?', porque está frio. Acrescentamos sempre algo novo."
Comunicar com um sorriso
Como a comunidade acolhe refugiados e requerentes de asilo, às vezes não anglófonos, pode-se pensar que a comunicação entre os voluntários e os necessitados seja complicada. No entanto, segundo a presidente, este não é o caso: “É incrível como é possível comunicar com alguém usando a língua de sinais, apenas apontando com um sorriso”. Um tipo de comunicação que gera empatia: "As pessoas percebem que estão num lugar seguro, que não serão prejudicadas, que ninguém vai gritar com elas e que serão atendidas". As roupas que são distribuídas provêm de paróquias, associações locais e doações de particulares. “Pouco antes do Natal, montamos um presépio do lado de fora da janela”, conta a voluntária, destacando como as doações anônimas chegam por meio de cheque ou de formas menos convencionais: “As pessoas colocam dinheiro embaixo da porta”.
Fazer as pessoas se sentirem em casa
As pessoas que se beneficiam dos serviços dos voluntários da Sociedade são geralmente jovens, em sua maioria "expulsos de casa pelo álcool e pelas drogas". “Não têm emprego, não têm futuro, não sabem para onde ir”, mas a comunidade faz o possível, no “limitado tempo” disponível, para que se sintam em casa. A organização fornece alimentos e roupas para 15 a 40 mulheres e 10 a 30 homens por semana. "A gente nunca sabe quantas pessoas vamos atender, então sempre me certifico de que haja oito voluntários, para ter um bom número de pessoas para ajudar."
Jovens voluntários
As pessoas que servem a comunidade são todas leigas, na sua maioria aposentadas, mas também jovens inspirados pelo Prêmio Caritas, instituído pelo Papa Bento XVI no final da sua viagem apostólica ao Reino Unido em 2010. O Prêmio baseia-se na aplicação de gestos e iniciativas que testemunham a fé dos jovens. “Nós os tivemos”, disse Bernice Brady sobre os jovens voluntários. "Eu sempre digo a eles: 'Voltem para casa e valorizem sua mãe, seu pai ou quem quer que cuide de vocês. Sejam gratos pela ajuda que estão recebendo, porque há muitas pessoas que não têm as mesmas possibilidades que vocês". Ao final de cada distribuição, os membros da comunidade compartilham um momento de oração e reflexão: “É muito importante, porque reúne as pessoas espiritualmente. Melhora nosso trabalho".
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