Voluntária da Caritas na Ucrânia: em guerra, até aceitar a própria vida é um dom
Andressa Collet - Vatican News
Em preparação ao 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado pela Igreja em 24 de setembro, com o tema “Livres de escolher se migrar ou ficar”, Francisco reforçou em mensagem que, “enquanto trabalhamos para que toda a migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante; e isto significa acompanhar e gerir da melhor forma possível os seus fluxos, construindo pontes e não muros, alargando os canais para uma migração segura e regular”. Para promover essa reflexão em nível internacional, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano tem oferecido material on-line para ser descarregado, usado e compartilhado com as pessoas.
São documentos, textos, imagens e vídeos em 6 idiomas, como no próprio português. O último trabalho foi divulgado na terça-feira (8) através de um vídeo para compreender de que maneira podemos ajudar os migrantes. Partindo da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado deste ano, o Pe. Anthony Ekpo, um dos dois subsecretários do Dicastério, é quem faz a abertura da mensagem ao afirmar:
"É necessário um esforço conjunto de todos os países da comunidade internacional para garantir a todos 'o direito a não ter de emigrar', ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade na sua própria terra. Enquanto esse direito não estiver garantido - e trata-se de um longo caminho - serão ainda muitos a ter de partir em busca de uma vida melhor."
O testemunho de uma agente ucraniana da Caritas
As imagens, então, trazem a destruição da guerra na Ucrânia e o testemunho de uma ucraniana que vive em Kiev há 4 anos e trabalha na Caritas há 2, sendo que nesse último período no campo de ajuda humanitária. Ela desabafa: "vejo que não existe certeza alguma de que nada acontecerá . A vida não é assim tão tranquila como pode parecer se observada do exterior". Ela conta que tentam auxiliar de várias formas, desde ajuda financeira até no apoio à reconstrução das casas e "as pessoas ficam muito gratas ao verem que existe alguém que não se esqueceu delas". É uma situação, continua ela, "que não temos capacidade de compreender e dar sentido. A única maneira, de fato, é a fé em Deus".
Em preparação ao 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o Dicastério está recebendo pequenos vídeos ou fotografias que demonstrem como os irmãos estão sendo auxiliados para que tenham "o direito de permanecer na própria terra". Basta enviar para o email: communication@humandevelopment.va
Afinal, como o próprio Papa também observou na mensagem para o 24 de setembro: “onde quer que decidamos construir o nosso futuro – no país onde nascemos ou fora dele –, o importante é que lá haja sempre uma comunidade pronta a acolher, proteger, promover e integrar a todos, sem distinção nem deixar ninguém de fora”.
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