Cardeal Parolin: Pio X, um Papa apaixonado pelos pobres e que rejeitou a guerra
Tiziana Campisi - Vatican News
Primazia de Deus, caridade pelos pobres e compromisso pela paz: esses são os traços da figura de São Pio X que o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, destacou em Trevisto neste domingo (15), no final da peregrinatio dos restos mortais do Pontífice, autor do conhecido catecismo feito de perguntas e respostas. Na homilia de uma missa campal celebrada em Cendrole, no Santuário de Nossa Senhora, perto de Riese, uma cidade da região italiana do Vêneto onde nasceu Giuseppe Sarto, o cardeal disse que Pio X era "um apaixonado por Deus, um apaixonado pela sua Palavra e do Evangelho de Jesus, que queria que todos conhecessem o catecismo; um apaixonado por Jesus na Eucaristia, para a qual convocava todos; um apaixonado pelos pobres, pelos quais ele até mesmo se privava da alimentação diária para apoiá-los, para aliviar suas misérias, para atender às suas necessidades vitais".
Um papa que praticou a caridade
O secretário de Estado lembrou que, em sua primeira encíclica, E supremi apostolatus cathedra, Pio X declarou que foi movido "a trabalhar e agir" somente pela "primazia de Deus no mundo" e que "somente essa era sua mais profunda ansiedade, pela qual, em meio a lágrimas, aceitou o fardo do papado". "Temos apenas um propósito: 'Renovar todas as coisas em Cristo, para que seja Tudo e em todos Cristo'", escreveu o Papa Sarto.
"Venerar os restos mortais do Papa Pio X é reconhecer seu testemunho como um homem de fé, como um homem centrado em Deus", disse o cardeal, "como um homem que buscava a Deus". Quanto à caridade, "foi uma escolha constante e praticada que Giuseppe Sarto viveu desde quando era um jovem sacerdote", acrescentou Parolin, mencionando os inúmeros testemunhos que falam do seu amor pelos pobres e da solidariedade que demonstrou para com o próximo.
O profundo amor pela paz e a rejeição à guerra
"Pio X era um pastor", enfatizou o cardeal, que cuidava do rebanho confiado a ele por Deus. E em seu íntimo estava o amor pela paz "e a rejeição à guerra". "Ele era um pacifista ante litteram, um pacifista não por escolha político-ideológica, mas por coerência como cristão", especificou o cardeal Parolin, "iniciando assim aquela posição da Santa Sé de equidistância de todos os beligerantes que se tornará, depois dele, a característica constante dos pontificados do século XX até hoje". "O desejo de paz é certamente um sentimento comum a todos, e não há ninguém que não o invoque com fervor.
A paz, no entanto, uma vez que Deus é negado, é absurdamente invocada", lemos novamente na primeira Encíclica de Pio X. "Onde Deus está ausente, a justiça é banida; e com a justiça removida, em vão se nutre a esperança pela paz. A paz é obra da justiça". Palavras que o cardeal definiu como "de uma atualidade chocante", exortando todos, através do exemplo do Papa Sarto, "a reconhecer Cristo como o único salvador do mundo e, encontrando-o, achar o significado profundo de nossas vidas e de nossa condição de homens e cidadãos e, assim, nos tornarmos agentes da verdade e testemunhas do Evangelho no mundo".
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