Antes da COP28 com presença do Papa em Dubai, Abu Dhabi sedia Cúpula dos Líderes Religiosos

Vatican News

Começou nesta segunda-feira, 6 de novembro, uma cúpula que reúne em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, numerosos representantes e líderes de diferentes religiões em vista da cúpula sobre o clima, a COP28, que será realizada no início de dezembro em Dubai, também nos Emirados. Trata-se da “Global Faith Summit on Climate Action”, organizada por Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos: um evento que visa destacar o papel central das comunidades e instituições religiosas no enfrentamento da crise climática.
Líderes religiosos e representantes de mais de 30 religiões, juntamente com especialistas, jovens, líderes femininas e grupos indígenas, colaboraram para produzir uma declaração conjunta das religiões sobre a ação climática. O documento será assinado durante a cúpula e espera-se que aproveite a influência coletiva das comunidades e instituições religiosas para inspirar a justiça climática globalmente.

Comunidades religiosas e ação climática

Reconhecendo que mais de 84% da população mundial se identifica com uma religião, a Declaração das Religiões busca unir representantes religiosos, comunidades e instituições para promover a ação climática. A cúpula de dois dias é organizada pelo Conselho Muçulmano de Idosos (MCE) em cooperação com a Santa Sé, a presidência da COP28 e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Em um comunicado à imprensa, Sultan Al Jaber, presidente da COP28, enfatizou a abordagem inclusiva da presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. "Nossas comunidades e organizações religiosas desempenham um papel crucial para ajudar o mundo a lidar com as mudanças climáticas", disse Al Jaber: "o nosso objetivo é garantir que a COP28 amplie o apelo dos líderes religiosos globais para que muitas comunidades em todo o mundo se envolvam em ações climáticas”.

Responsabilidade moral de cuidar da casa comum

O secretário-geral do Conselho Muçulmano de Idosos, o juiz egípcio Mohamed Abdelsalam, expressou suas esperanças para o evento e enfatizou a importância da fé e da ciência trabalharem juntas para combater as mudanças climáticas e garantir uma transição energética justa. O cardeal Miguel Ángel Ayuso, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e participante da cúpula, enfatizou que os participantes de diferentes origens religiosas reconhecem seu dever moral e religioso de proteger o planeta. “Todos nós, participantes, representando diferentes religiões e origens", explicou o cardeal, "reconhecemos que temos uma responsabilidade moral e religiosa de moldar uma ética de cuidado com a Terra, nossa casa comum. Esta cúpula, que reúne tanto os altos escalões quanto as bases, é um chamado a toda a humanidade para proteger a natureza".

Cúpula dos Líderes Religiosos e COP28

A cúpula precede a 28ª Conferência das Partes da UNFCCC, a COP28, que será realizada em Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023. Durante a Conferência, o Conselho Muçulmano de Idosos, em colaboração com a presidência da Cop28, o PNUMA, a Santa Sé e uma coalizão de parceiros religiosos, sediará o Pavilhão da Fé. Esse será o primeiro pavilhão do gênero em um evento da COP, servindo como um centro para promover a colaboração e o engajamento inter-religioso, com o objetivo final de estimular ações climáticas eficazes e ambiciosas. Espera-se que a COP28 reúna mais de 70 mil participantes, incluindo chefes de estado, autoridades governamentais, líderes do setor, representantes do setor privado, acadêmicos, especialistas, jovens e atores não estatais.

O mandato do Acordo Climático de Paris

Segundo com o mandato do Acordo Climático de Paris de 2015, a COP28 nos Emirados Árabes Unidos deve fornecer o primeiro “Global Stocktake”, uma avaliação abrangente do progresso em direção às metas climáticas. Da Conferência de Dubai, deve emergir Um roteiro claro para acelerar a transição energética global e adotar uma abordagem inclusiva para a ação climática, sem deixar ninguém para trás, deve emergir da conferência de Dubai.