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Fiél hindu em oração Fiél hindu em oração  (©WONG SZE FEI - stock.adobe.com)

Felicitações aos hindus pelo Deepavali: justiça e verdade são os pilares da paz

Na mensagem do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso para a festividade de 12 de novembro, reitera-se que o diálogo entre confissões tem “um grande potencial para promover a confiança recíproca e a amizade social entre as comunidades inter-religiosas” é também “uma condição necessária para contribuir para a paz no mundo”. Uma reflexão sobre a “Pacem in Terris” de João XXIII, 60 anos depois.

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

O diálogo inter-religioso “tem um grande potencial para promover a confiança recíproca e a amizade social entre as comunidades inter-religiosas” e tornou-se “uma condição necessária para contribuir para a paz no mundo”. Citando as palavras do Papa Francisco à delegação da Associação de ex-alunos da Fraternidade Emouna, que visa fortalecer os laços de fraternidade entre membros de diferentes religiões, em junho de 2018, o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, através do prefeito, cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, e o secretário mons. Indunil Janakaratne Kodithuwakku Kankanamalage, enviou uma mensagem de felicidades, nesta terça-feira (07/11), a todos os fiéis hindus do mundo que celebram a festa de Deepavali, em 12 de novembro.

Cristãos e hindus, tornem-se artesãos da paz

Comentando as palavras de Francisco, os líderes do Dicastério da Santa Sé sublinham que “cabe às religiões e aos líderes religiosos esforçar-se para encorajar os seus seguidores a serem pessoas cujas vidas são moldadas pela verdade, pela justiça, pelo amor e pela liberdade”, referindo-se ao tema escolhido para a mensagem “Cristãos e hindus: construamos a paz na verdade, na justiça, no amor e na liberdade”. “Como fiéis e responsáveis de nossas respectivas religiões – continua o texto da mensagem – com convicções comuns e um sentido de responsabilidade partilhada para o bem-estar da humanidade, que nós, cristãos e hindus, nos esforcemos sinceramente para nos tornarmos artesãos da paz”. Além disso, “ao unir-nos aos seguidores de outras tradições religiosas e a todas as pessoas de boa vontade, podemos trabalhar juntos para construir o nosso mundo sobre os fundamentos duradouros da verdade, da justiça, do amor e da liberdade, para que todos possam desfrutar de uma paz autêntica e duradoura!”

Mensagem para "queridos amigos hindus"

Na mensagem que abre com uma saudação aos “queridos amigos hindus”, o cardeal Ayuso e mons. Kankanamalage esperam que Deus, a “Luz Suprema”, possa “iluminar os seus corações e mentes, abençoar suas casas e seus bairros e encher suas vidas de paz e felicidade!”. A seguir, fazem uma breve reflexão sobre o ensinamento da Encíclica Pacem in terris de São João XXIII, que este ano celebra seu sexagésimo aniversário. Em 1963, “quando o mundo estava profundamente preocupado e à beira de uma guerra nuclear”, o Pontífice fez “um apelo oportuno, apaixonado e necessário aos líderes e povos do mundo para trabalharem juntos pela paz, instando-os a encontrar soluções amigáveis ​​para os problemas, num espírito de confiança recíproca, através do diálogo e das negociações”.

Pacem in terris e o respeito pela dignidade das pessoas

A mensagem recorda as palavras proféticas do Papa Roncalli: "A paz não passa de uma palavra vazia se não se apoia numa ordem fundada na verdade, construída na justiça, alimentada e animada pela caridade, e implementada sob os auspícios da liberdade". Nas reflexões seguintes “sobre a construção da paz na verdade, na justiça, no amor e na liberdade”, a mensagem sublinha que a Pacem in terris deu origem, nos últimos sessenta anos, “a uma maior consciência entre as pessoas do mundo inteiro - ainda que numa medida diferente - da necessidade de respeitar a dignidade transcendental das pessoas, os seus legítimos direitos e a sua responsabilidade partilhada de trabalhar pelo bem comum num espírito de solidariedade".

Uma profecia de paz "que permanece um sonho distante"

O documento de São João XXIII, lê-se na mensagem, também “deu origem a movimentos comprometidos com a proteção e defesa dos direitos humanos e com a promoção da paz através do diálogo e da negociação”. Mas, infelizmente, "a plena realização da sua profecia de paz continua sendo um sonho distante, que só pode ser alcançado através de esforços de colaboração de homens e mulheres de todas as tradições religiosas e de todos os setores da sociedade", que devem progredir. Os dirigentes do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso sublinham que as iniciativas para promover a paz e o bem comum universal “não devem ceder ao pessimismo, ao desânimo e à renúncia”, mesmo diante de casos de “desprezo da dignidade humana, negação ou limitação dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, incluindo os direitos religiosos, a intolerância e o ódio, a injustiça e a discriminação”.

Família, escola e mídia inspirem o desejo de paz

Verdade, justiça, amor e liberdade, insistiu também São João Paulo II em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2003, são “condições essenciais para a paz” e “pilares fundamentais da paz” e por isso, lê-se na mensagem, “como fiéis, devemos expressar a nossa aspiração à paz através de esforços coerentes e harmonizados, fundados numa fidelidade inabalável a estes pilares”. Por isso, conclui o texto, “as famílias, guiadas pelo exemplo dos pais e dos idosos, bem como as instituições educativas e os meios de comunicação, devem desempenhar um papel preeminente na inspiração do desejo de paz e no ensino de valores que construam a paz nos homens e mulheres de todas as idades."

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07 novembro 2023, 15:03